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terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

A Globeleza não nos representa! - Hellen Pires - pelo Facebook


Mulata é uma palavra que tem raíz na palavra mula, do latim mulus designando diretamente o animal mestiço de quatro patas. A mula é o produto resultante do cruzamento do cavalo com a burra, ou seja, passou a aplicar-se ao filho do homem branco com a mulher negra. Já pararam para pensar por que a mulher negra só aparece na televisão apenas em dois momentos? Ou ela é escrava/doméstica, ou é mulata no carnaval e nessas duas visões ela está sendo colocada a serviço do homem branco. . A carne mais barata ainda é a nossa, a carne do deboche, do comércio ilegal, a carne que é alvo das balas “perdidas”, que coincidentemente tem sempre um destino certo, ainda é a carne negra. O nosso carnaval não é só festa porque ainda vivemos em um sistema que mercantiliza nossas vidas, nosso corpo e nossa sexualidade. Sendo assim, e entendendo que esse mesmo sistema se vale do racismo, machismo e tantas outras formas de opressão existentes em nossa sociedade, não comemoramos nem um pouco ao ver os corpos de outras mulheres negras sendo expostos em uma “competição” em rede nacional.

A Globeleza representa a nossa exploração, representa o quanto ainda nos tratam como se só fossemos feitas para o sexo e para demonstrar, dentro da sociedade, o selvagem, o folclórico. Ela representa o controle que a mídia branca e machista obtém sobre os nossos corpos, mas não se deixem enganar, “não deixe que te façam pensar que o nosso papel na pátria, é atrair gringo turista interpretando mulata.”

Por isso buscamos escurecer/esclarecer aqui esse assunto que tanto nos atinge, a Globeleza não nos representa! Não aceitamos essa imagem, não somos o que essa mídia racista diz, não somos mais escravos e não aceitamos esse papel.

Atraso na votação da Lei das Cotas tira 12 mil vagas de negros - Geledés

LUIZA BAIRROS

Se tivesse sido aprovada pelo Congresso há três anos, a lei que pretende destinar 20% das vagas de concursos federais para negros e pardos teria reservado, no mínimo, 12 mil oportunidades para os cotistas.
O dado segue número de abertura de vagas do Ministério do Planejamento, que nestes três anos autorizou 61.667 contratações por concurso público.
Se fosse autorizada até a semana passada, seriam criadas no mínimo mais 9.400 vagas para negros e pardos conforme estimativa de LOA (Lei Orçamentária Anual) para os três poderes, Ministério Público da União e Conselho Nacional do Ministério Público, que tinha autorizado a abertura de até 47.112 vagas neste ano.
Na última quinta-feira (20), porém, a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, anunciou um corte de vagas em concursos juntamente com a redução R$ 44 bilhões do Orçamento.
Considerando concursos autorizados pelo governo federal nos últimos três anos, é possível determinar que a lei de cotas teria garantido o ingresso de mais de 12 mil afrodescendentes.
Polêmica
O debate sobre as cotas em concursos federais entrou em discussão na última segunda-feira (17), quando a CDH (Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa) reuniu entidades do movimento negro e especialistas em políticas de ações afirmativas para tratar do projeto.
Especialistas e autoridades consultados pelo R7 apontam que programas de inclusão baseados em cotas raciais são positivos, mas o critério de enquadramento na reserva das vagas, que consiste na declaração do candidato que ele pertence à população contemplada pelo benefício, pode fragilizar a lei se ela for aprovada.
— Aceitar apenas a declaração como critério é uma opção frágil porque mostra que o governo espera algo da sociedade brasileira que não é típico dela, a suposição de boa fé. Estamos cansados de saber que o "jeitinho" brasileiro muitas vezes acaba predominando, comentou o advogado especializado em concursos públicos, Sérgio Camargo.
Já a ministrada Igualdade Racial, Luiza Bairros, disse que a autodeclaração sempre foi adotada nos levantamentos de dados da população e não representa um problema para o projeto de cotas em concursos.
— O IBGE trabalha com dados declarados espontaneamente. Ações afirmativas [que são as medidas tomadas pelo governo para eliminar desigualdades historicamente acumuladas] em benefício de uma parcela da população tendem a despertar críticas. Essa visão tem surgido quando falamos das cotas para negros e pardos nos concursos. Por outro lado, os críticos não falam que o número de fraudes em seleções com regime de cotas é insignificante, afirma a ministra.
A simples declaração para o enquadramento nas cotas também é defendida por José Vicente, reitor da Universidade Zumbi dos Palmares. Ele explica que esse dispositivo tenta construir uma "política do bom censo".
— O conceito de autodeclaração visa criar uma segurança mínima de validação do que é ser negro num País miscigenado. É impossível ter um pressuposto definitivo sobre isso no Brasil. Acho que o governo acertou ao deixar a escolha para o candidato.
O advogado especializado em concursos comenta que as cotas são justificáveis porque as populações beneficiadas com a lei foram historicamente massacradas, mas o princípio da isonomia deve constar na sua aplicação. Ele defende a inclusão de um critério financeiro, ou seja, da comprovação de que o cotista tem renda inferior à média da população branca.
Fazendo uma previsão sobre a apreciação da Lei 6738/2013, que pode determinar as cotas, a ministra finalizou dizendo que projeto de lei deve passar pelas duas Casas (Câmara e Senado) até o meio do ano. Segundo ela, o projeto ganhará força depois que os legisladores apreciarem o Marco Civil da Internet.

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Parabéns a todas as Mulheres

Andando para trás: Presidente de Uganda assina lei que pune homossexualidade com prisão perpétua - Yahoo Notícias


Campala, 24 fev (EFE).- O presidente de Uganda, Yoweri Museveni, sancionou nesta segunda-feira uma lei que pune com prisão perpétua atos homossexuais "com agravantes", lei que endurece a perseguição de seu governo a uma orientação sexual já tipificada como crime.

A Lei Homofobia foi aprovada pelo Parlamento em dezembro, mas o presidente decidiu adiar sua entrada em vigor até saber os resultados de um estudo encarregado a um grupo de 14 cientistas.
O grupo concluiu que a homossexualidade "não é genética", mas uma opção derivada de uma conduta social "anormal".
Encarregado após as várias críticas recebidas por parte da comunidade internacional, o grupo sustenta que "o homossexualismo não é uma doença, mas simplesmente um comportamento anormal que é aprendido através das experiências da vida".
A sanção de hoje, transmitido pela televisão pública ugandense, o presidente referendou o relatório e disse que a homossexualidade é produto da educação recebida, e portanto um fator corrigível.
Também é dada por motivos econômicos, argumentou Musaveni, que chamou os homossexuais de "mercenários e prostitutas".
"Muitos de nossos homossexuais são mercenários. Na verdade, são heterossexuais e se transformam por dinheiro, são como as prostitutas", disse.
Musaveni afirmou ainda que não está preocupado com o efeito que a nova lei terá nas relações internacionais de Uganda.
"As relações entre países devem se basear na igualdade, não no servilismo. Posso aconselhar nossos amigos ocidentais a não transformem esse assunto em um problema, porque quanto mais o fizerem mais perderão", afirmou.
Na semana passada, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, advertiu que a assinatura dessa lei seria um retrocesso na proteção dos direitos humanos que complicaria a relação entre os dois países.
A minuta do projeto, transformado hoje em lei, foi apresentada em 2009 com penas tão severas como a condenação à morte pela comissão de atos de "homossexualidade com agravantes".
Isso incluiria o estupro homossexual, as relações homossexuais com menores de idade ou incapacitados ou quando o acusado seja portador do HIV. A revisão do texto substituiu a pena de morte por prisão perpétua.
Na semana passada, o presidente ugandense assinou outra lei contra a pornografia que, entre outros comportamentos "insidiosos", proíbe e pune o uso da minissaia. EFE

MP apura denúncia contra Cássio do "BBB14" e pede vídeo para a TV Globo - UOL TV

O procurador Jaime Mitropoulos, da Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão (PRDC), oficializou o pedido à TV Globo do vídeo da conversa de Cássio Lannes com a personagem Valdirene, interpretada por Tatá Werneck, exibida pelo pay-per-view do "Big Brother Brasil 14" durante a primeira festa do programa, no dia 16 de janeiro.
O comentário de teor considerado racista pela Coordenação Nacional de Entidades Negras motivou uma representação contra o brother no Ministério Público, que agora investiga o caso.
Depois de chamar a personagem de "Amor à Vida"  de baixinha, o estudante de publicidade perguntou o que ela pensava sobre se relacionar com um homem de sua altura (1,97 m). Valdirene (Tatá) respondeu como uma piada: uma amiga teria morrido por isso. O gaúcho então argumentou que,  por causa de uma performance, é acusado de assassinato e responde por um processo criminal que quase o tirou do programa. Disse que fez sexo com uma afrodescendente porque pensou que ela poderia aguentar o seu avantajado órgão reprodutor masculino, por estar acostumada a se relacionar com os afrodescendentes. Valdirene (Tatá) encerrou a conversa comentando que achava que Cássio estava bêbado.
A  mãe de Cassio, Susi Lannes Carvalho, acredita que a conversa com Valdirene está sendo usada para denegrir a imagem de seu filho e que a Justiça deveria se ocupar com outros direitos para os negros. "O Cássio é tão racista que o melhor amigo dele é negro. A maioria das namoradas dele eram negras. As pessoas tinham que dar bola para resolver o problema dos negros, e não para uma besteira dessas. Vão focar essa força para realmente ajudar e não em uma besteira dessas", afirmou Susi, por telefone.

Mais Ignorância e Racismo no BBB - MSN Entretenimento

Diego detona Aline após indicação ao Paredão: “Virou inimiga de morte” - 1 (© Reprodução TV Globo)
Nesta segunda-feira (24), Franciele fez um comentário racista e foi repreendida por Valter, único negro da edição do reality show.
Tudo começou quando a gaúcha conversava sobre a prova de imunidade vencida por Marcelo na noite do último domingo (23).
A produtora de eventos lembrou que, em uma das perguntas feitas durante a competição, Cássio citou duas ex-participantes negras, dizendo que as duas eram morenas.
'Que morenas? Elas eram negras', disse o rapper, recebendo o apoio da sister. 'É, ele não entende a diferença entre morena e negra. Eu sou morena, você é negro.'
Na sequência, a namorada de Diego disparou: 'Eu tenho um pouco de negra. Se eu não usar desodorante, fico com cheiro de neguinha'.
Slim não gostou nada do comentário de Fran e a repreendeu: 'Aí você está sendo racista. E branco, não tem cheiro?', questionou. 'Ah, mas isso é o que eles [os brancos] falam...', respondeu a gaúcha. 

domingo, 23 de fevereiro de 2014

A condenação da senhora da paulista e o racismo que nos ameaça - Afropress

A cena de uma senhora de 72 anos vociferando ofensas racistas e desafiando a Polícia em plena Avenida Paulista – coração financeiro de S. Paulo e do Brasil –, agora condenada em juízo de primeira instância a quatro anos de reclusão, além do pagamento da indenização no valor de 40 salários mínimos a cada um dos ofendidos, choca pela crueza.
Mas, não é esse o tipo de racismo que nos ameaça. Esta modalidade demasiado crua, demasiado tosca, só pode impressionar a ala impressionista do movimento negro que, a cada episódio desse tipo, celebra - “Viu, como o Brasil é racista?!”. Como se precisássemos ainda de alguma prova.
É a mesma ala que quando não celebra o simbólico evade-se da realidade no “coitadismo” e oscila entre o “vitimismo paralisante”, o “ressentimento vociferante”, e jamais assume um “protagonismo militante”. É a mesma que gasta energia nas redes sociais em declarações simplórias tais como “negro é lindo”, “meu cabelo não é ruim, ruim é o racismo” e a outras bobagens da mesma sorte. 
É como se estivéssemos ainda na década de 30 do século passado, quando o projeto de branqueamento da elite branca brasileira colocou, de fato, em risco, a sobrevivência física dos descendentes de indígenas e africanos.








O impressionismo dessa gente que se habituou a suprir a falta de conhecimento e atitude com a postura de que “tudo é racismo” (daí o “coitadismo paralisante”) não tem limites. Só pode ser entendido como uma válvula de escape para não encarar a realidade. Quem sabe, Freud explique! 
Não, nem tudo é racismo. Muitas vezes, atitudes pouco cordatas nas relações interpessoais entre negros e não negros, são apenas a expressão da falta de educação, falta de modos, falta de civilidade, grosseria mesmo. Mas é verdade que, em um país que viveu dois terços de sua história sob escravidão negra (7 de cada dez dias), numa sociedade estruturada sob os escombros do escravismo, o racismo, de fato, permeia tudo. Convém, portanto, identificá-lo para não cairmos na caricatura nem na banalização do monstro. 
O racismo que nos ameaça é outro, diferente deste demonstrado pela senhora da paulista que mais parece dar vazão a um surto de senilidade: é o invisível, o que não se assume, o que não mostra a cara – o que não o torna menos odioso e letal. 
A expressão do racismo à brasileira jamais assumiria tais ofensas a negros em alto e bom som, nem à luz do dia. E se viesse a ser flagrado como costuma ser no cotidiano, se sairia com as velhas e esfarrapadas desculpas. “Eu até tenho negros na família”, “meu melhor amigo é negro” e outras de praxe.
É a cobra que está em algum canto do seu quarto, que fica normalmente na penumbra e que você até pode conviver com ela desde que não invada o seu espaço. Uma aproximação maior que ocorre sempre que um negro ocupa um espaço fora dos padrões que, históricamente, lhe foram reservados – o da subalternidade, da invisibilidade, da subcidadania – é o bastante para o bote do réptil peçonhento.
Portanto, os que celebram a possível prisão da velha senhora, não devem perder o seu tempo. Não se iludam. Essa sentença será reformada – e, sejamos honestos – seria uma crueldade com alguém de 72 anos ser recolhido às masmorras medievais que são as nossas cadeias e o nosso sistema prisional. Sem contar que, como se trata de um sistema que não reeduca, não ressocializa, nem reintegra, correríamos todos o risco desse ódio recalcado a negros sair de lá ainda mais virulento.
O que o Brasil precisa não é de cadeias, é de Escola, de Educação de qualidade com oportunidades de acesso a todos – o que ainda não temos -, especialmente, nós, a maioria preta e parda - vale dizer negra - que representamos 50,7% da população, segundo o Censo do IBGE 2010. 

















Educação de qualidade que deveria começar por uma Educação antirracista - meta distante diante da recusa sistemática do Estado em cumprir a Lei 10.639/2003, por ele próprio editada, que obriga a inclusão da história da África e Cultura Afro-brasileira em todas as escolas de ensino fundamental e médio, há 10 anos em vigor e há 10 anos sendo ignorada pela esmagadora maioria dos sistemas de ensino.
Uma educação antirracista, que começasse da pré-escola até o ensino superior, seria mil vezes mais útil e mais eficaz para a erradicação dessa patologia social do que as dezenas de organismos sem orçamento, nem poder (meramente simbólicos) de que o Poder Público tem se valido, apenas para dizer que desenvolve ações visando a inclusão negra e ao ajuste de contas com a herança maldita da escravidão. 
Mas esta é uma outra história. 

Satanização de cultos africanos é parte da estratégia da supremacia racial - Afropress

Itapecerica da Serra/SP – A demonização dos cultos de matriz africana fazem parte da cultura que sedimenta a estrutura da sociedade brasileira e que atende ao interesse da elite econômica que se beneficia da supremacia racial. A opinião é do jornalista, licenciado em Letras, bacharel em Direito e sacerdote Walmir Damasceno, 51 anos, o Tata Kwa Katuvanjesi, iniciado há 40 anos no Candomblé-Angola e fundador do ILABANTU –Instituto Latino Americano de Estudos Tradicionais Bantu.
É dessa forma que ele explica o fato de grande parte dos negros brasileiros – paradoxalmente os de menor renda e que estão abaixo da linha de pobreza – engrossarem os cultos evangélicos, especialmente, os que satanizam as religiões de matriz africana.
“Vemos aí um processo de descaracterização do sujeito e, embora estejamos falando da realidade brasileira, é de conhecimento público a rápida e crescente expansão das igrejas evangélicas em países da África. Depois de tanto ouvir que as práticas adotadas por seus ancestrais eram demoníacas, estes povos acabaram por incorporar esta noção como sendo verdadeira, criando aí uma ruptura com suas próprias origens”, afirma.
Para discutir esses e outros temas, o jornalista e sacerdote realizará o Seminário “Conversa de Terreiro: Ressignificando a História e a Cultura Africana e Afro-Brasileira na Escola", no próximo dia 08 de março, das 10 às 19h, em Itapecerica da Serra.
Ele é o coordenador geral do Seminário que tratará de temas como “Perseguição aos cultos afro-brasileiros uma nova espécie de holocausto?” que terá na mesa a professora Rosiane Rodrigues, jornalista, com especializaçãoem História do Holocausto pelo Museu Yad Vashen (Jerusalém, Israel), pós-graduada em Educação para as Relações Étnicorraciais e Mestra em Antopologia pela Universidade Federal Fluminense. Rodrigues é colunista de Afropress. (Confira a programação abaixo)
Segundo Damasceno, a forte presença entre evangélicos negros que satanizam o candombolé nas suas várias vertentes deve-se ao “pouco acesso à educação de qualidade, uma vez que as escolas formam força de trabalho e não pensadores ou formadores de opinião”
“Se juntarmos isto com a falta de conhecimento sobre suas origens, sua identidade e, é claro, a pressão social, teremos aí cidadãos propensos a aceitarem como verdade o que lhes é impostos de forma tão veemente, disfarçados sob as promessas de “vidas vitoriosas e prósperas”. Afirmou.
Veja, na íntegra, a entrevista concedida pelo jornalista e sacerdote ao editor de Afropress, jornalista Dojival Vieira.
Afropress - Qual o objetivo da Conversa de Terreiro e da escolha desse tema especificamente?
Walmir Damasceno - O projeto “Conversa de Terreiro” surge da necessidade de diálogo e, sobretudo, de mobilização por parte dos povos de religiões de matriz africana, não somente abrangendo questões relacionadas ao âmbito religioso, mas também discutindo questões relevantes, tal como o combate ao racismo e a discriminação ainda intrinsicamente ligados a nossa sociedade atual.
A Lei 10.639/03, que determina a obrigatoriedade do ensino da História e Cultura Afro-Brasileira e Africana no ensino fundamental e médio, nas escolas públicas e privadas, foi sancionada em 2003 e hoje, onze anos depois, percebemos que embora exista, a lei não é cumprida, ou é de forma superficial e desinteressada.
Basta olhar os livros de história, em que o negro é colocado, em sua maioria, apenas como “escravo”, ignorando-se a sólida contribuição dos povos oriundos da África na constituição identitária do país.
Casos como o dos 13 alunos evangélicos do Amazonas, que se recusaram a fazer um trabalho escolar sobre a cultura afro-brasileira, alegando que o trabalho fazia apologia ao “satanismo e ao homossexualismo”, ou do aluno de uma escola pública de São Paulo, praticante do Candomblé, perseguido pela professora evangélica (embora o proselitismo religioso nas unidades estaduais seja vetado) e pelos colegas por se recusar a participar das orações impostas em sala de aula, apesar de inaceitáveis, continuam acontecendo todos os dias.
Daí a necessidade de mobilizar a sociedade e discutir esse assunto de suma importância, por entendermos que a educação é uma poderosa ferramenta na formação de cidadãos conscientes.
Afropress - O Instituto recebeu algum apoio de alguma instituição para realizá-lo?
WD - Esta é uma ação totalmente autônoma por parte do ILABANTU/ Nzo Tumbansi. Aí reside outro grave problema que atinge grande parte dos povos e comunidades tradicionais de matriz africana: a falta de apoio.
Grande parte das mobilizações realizadas pelos povos de terreiro, movimentos negros ou quaisquer grupos que reivindiquem seus direitos é enxergado pela sociedade preconceituosa como sendo uma “busca por privilégios”, noção essa totalmente deturpada, uma vez que estas mobilizações não aconteceriam caso vivêssemos em uma sociedade justa e igualitária. As mobilizações cumprem aí um papel importante, mostrando que existem, sim, demandas é que se faz necessário dar-lhes a devida atenção.
Afropress - Como tirar esse tema do nosso círculo restrito e torná-lo acessível a toda a sociedade, que ainda vê as religiões de matriz africana com certa estranheza?
WD - Aqui temos várias questões. Primeira: Dizer que a sociedade enxerga as religiões de matriz africana com “certa estranheza” é ser, no mínimo, muito generoso! Sabemos do processo ao qual os povos trazidos forçosamente de sua terra para serem escravizados foram submetidos ao longo dos anos, em que sua identidade, sua crença e suas origens foram inferiorizadas, agredidas e desrespeitadas. Por conta das perseguições, os praticantes das religiões de matriz africana permaneceram ocultos, escondendo-se dos olhares acusadores. É claro que é importante que esse tema se torne de conhecimento público da sociedade em geral, mas antes disso é preciso que nós, povos de terreiro, tomemos consciência de que não precisamos mais viver na clandestinidade e que sim, temos papel importante na construção de uma sociedade mais igualitária. Não é fácil competir com os perseguidores, donos de grandes veículos de comunicação, motivados muito mais pelos retornos financeiros do que por suas convicções religiosas. Desta forma, para que se criem estratégias mais abrangentes, é preciso uma apropriação maior do tema por parte de todos nós.
Afropress - Como explicar a expressiva presença de evangélicos entre os negros mais pobres, especialmente, e, em contrapartida, a grande quantidade de pais e mães de santo brancos?
WD - Da mesma forma que o racismo que constitui grande parte da estrutura da sociedade brasileira foi composto por ideais que a elite economicamente dominante estabeleceu através da chamada “supremacia racial”, a demonização dos cultos de matriz africana cumprem também este papel. Vemos aí um processo de descaracterização do sujeito e, embora estejamos falando da realidade brasileira, é de conhecimento público a rápida e crescente expansão das igrejas evangélicas em países da África. Depois de tanto ouvir que as práticas adotadas por seus ancestrais eram demoníacas, estes povos acabaram por incorporar esta noção como sendo verdadeira, criando aí uma ruptura com suas próprias origens.
É um grande ciclo, muito mais amplo do que as simples estatísticas. Grande parte da população afrodescendente brasileira tem pouco acesso à educação de qualidade, uma vez que as escolas formam “força de trabalho” e não pensadores ou formadores de opinião. Se juntarmos isto com a falta de conhecimento sobre suas origens, sua identidade e, é claro, a pressão social, teremos aí cidadãos propensos a aceitarem como verdade o que lhes é impostos de forma tão veemente, disfarçados sob as promessas de “vidas vitoriosas e prósperas”. É claro que não devemos generalizar, afinal de contas não são questões axiomáticas. O mesmo se aplica aos pais e mães de santo brancos.
É impossível apontar com precisão os motivos do crescente número de sacerdotes brancos em religiões de matriz africana, porém, considerando que a África seria “o berço da humanidade”, há de se crer que eles tenham se conscientizado acerca de sua ancestralidade, comum a negros e brancos.
Afropress - Faça as considerações que julgar pertinentes.
WD - Muito se tem avançado no tocante ao combate ao racismo, mas há de se considerar que ações isoladas nunca terão a força de um trabalho desenvolvido em longo prazo. Conscientizar desde a infância sobre estas questões de certo minimizará os estragos já causados por longos anos de preconceito. Encerro com uma das célebres frases de Tata Madiba (Nelson Mandela), que traduz com maestria, de forma simples e direta, no que cremos e o que nos motiva: "Ninguém nasce odiando outra pessoa devido à cor de sua pele, á sua origem ou ainda á sua religião. Para odiar, é preciso aprender. E, se podem aprender a odiar, as pessoas também podem aprender a amar".
Confira a Programação:

CONVERSA DE TERREIRO: RESSIGNIFICANDO A HISTÓRIA E A CULTURA AFRICANA E AFRO-BRASILEIRA NA ESCOLA
DIA: 8 de março de 2014
HOrário: das 10h às 19h
Comunidade Tradicional de Matriz Africana Bantu – ILABANTU
Rodovia Armando Salles, 5205 – Recreio Campestre – Itapecerica da Serra/SP
Programação:
10 horas – Abertura Tradicional
Coordenação Geral:
Walmir Damasceno – jornalista, especialista em Relações para Educação Etnico-Raciais e Africanidades, graduado em Direito pela Universidade São Marcos (SP), fundador do Instituto Latino Americano de Tradições Afro Bantu(Ilabantu), Assessor de Politica de Promoção da Igualdade Racial do Gabinete do Prefeito de Itapecerica da Serra/SP
10:15 horas – Conferência Especial: Marga Janete Stroher – Assessoria de Direitos Humanos e Diversidade Religiosa - Secretaria Nacional de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos- Secretaria de Direitos Humanos/Presidência da República
10:30 horas - Mesa 1 – Perseguição aos cultos afro-brasileiros uma nova espécie de holocausto?
Coordenadora: Veridiana Machado - Makota Maiangansi - Terreiro Tumbansé/ Salvador-Ba. - Mestranda em Psicologia na FFCLRP/USP
Professora Mestra Rosiane Rodrigues, jornalista, com especialização em História do Holocausto pelo Museu Yad Vashen (Jerusalém, Israel), pós-graduada em Educação para as Relações Étnico-Raciais e Mestra em Antropologia pela UFF/RJ.
Mesa 2 – Saúde Pública e o Povo-de-Santo
Coordenadora: Dra Eunice Kitamazi N ganga – Médica Sanitarista
Professor Deivison Nkosi – Professor, Graduado em Ciências Sociais pelo Centro Universitário Santo André (2005); Mestre em Ciências da Saúde pela Faculdade de Medicina do ABC (2010) e Doutorando em Sociologia pelo Programa de Pós-Graduação em Sociologia - UFSCAR (PPGS-UFSCAR). Tem experiência nas Áreas: Relações Raciais e Racismo com ênfase em Educação Para as Relações Étnico-Raciais e Saúde da População Negra; Já atuou em projetos de Prevenção às DST/AIDS, Saúde e Direitos Sexuais e Reprodutivos, Combate ao Racismo Institucional, Africanidades e Movimento Hip-Hop.
11:00 horas – Apresentação Cultural - Kwê Mina Odan Axé Boço Dá-Hô – Mãe Sandra de Xandantã
11:30 horas - Mesa 3 – Experiências escolares no ensino das religiões de matriz africana
Coordenador: Professor Mauricio Mutadiamy Santos – Instituto de Educação Mwana Zambe
1. Professor Doutor Otair Fernandes da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro - UFRRJ/Campus Nova Iguaçu, Professor Adjunto do Departamento Educação e Sociedade (DES), Coordenador do Laboratório de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (Leafro/UFRRJ), Grupo de Pesquisa Educação e Relações Étnico-Raciais (GPESURER), Pet/Conexões de Saberes: dialogando e interagindo com as múltiplas realidades e saberes da Baixada Fluminense/RJ.
2. Professora Rachel Rua Baptista Bakke Doutora em Antropologia pela USP, o título do trabalho é Na escola com os Orixás o ensino das religiões afro brasileiras na aplicação da lei 10.639.
3. Professor Milton S. Santos - Doutorando em Antropologia Social, UNICAMP.
12:30 horas – Almoço Tradicional
13:00 horas – Apresentação Cultural Grupo Deodara
Mesa 4 – O espaço sagrado e profano nas religiões de matriz africana
Professor Jonathan Marcelino Graduado em Geografia pela Universidade Federal Fluminense (2010). Mestre em Geografia Humana/política pelo Programa de Pós Graduação em Geografia Humana do Departamento de Geografia da Universidade de São Paulo USP (2013). Ex- pesquisador/associado ao programa CNPQ (2010-2013). Atualmente é professor do departamento de Geografia e História da Universidade Anhanguera Educacional (SP), e professor de Geografia efetivo da Rede Municipal de Educação de São Paulo lotado nas unidades educacionais EMEF Jornalista Millôr Fernandes, e EMEF Zulmira Cavalheiro Faustino. Experiência na área de Geografia, com ênfase em Geografia Social, e Geografia dos Movimentos Sociais atuando principalmente nos seguintes temas: Ativismos Urbanos, Mobilização política, organização das cidades, e ordenamento do espaço urbano. Estudos com abordagem em questões étnico-raciais, Geografia e Ensino com foco na articulação das Leis 10639/03 e 11645/08, Geopolítica do Continente Africano, território e territorialidade negra, e Diáspora Africana.
Mesa 5 – O olhar antropológico sobre as Religiões de Matriz Africana
1. Professora Patrícia Ferreira e Silva mestre em Antropologia Social (USP), pesquisadora do CERNe (USP).
2. Professor Edson Kakolo, Engenheiro (Universidade Jean Pieget, Benguela, Angola), Membro da Sociedade Tradicional Chaya Kokue, Saurimo, Lunda-Sul/Angola.
Mesa 6 - Os estudos bantos no âmbito dos estudos de africanidade religiosa no Brasil
Professor Doutor Sérgio Paulo Adolfo, professor assistente da Universidade Estadual de Londrina/PR – Taata Kisaba Kiundundulu, do Nzo Tumbansi, Conselheiro do ILABANTU.

Spike Lee entrevista Racionais MC's para documentário - UOL CINEMA

O diretor americano Spike Lee, conhecido pelos filmes "Faça a Coisa Certa" e "Malcolm X", está de volta ao Brasil para mais uma série de entrevistas com artistas e personalidades. Desta vez, o cineasta bateu um longo papo com os Racionais MC'sna quinta-feira (20).

O cineasta, com sólida filmografia e interesse na cultura negra, produz um documentário sobre o país, "Go, Brazil, Go!", com previsão de estreia para este ano.

O encontro foi registrado por Lee nas redes sociais. "Os Racionais MC's são os Public Enemy do Brasil", escreveu, se referindo ao grupo de rap americano. O diretor saiu do encontro com um presente que ganhou dos integrantes: uma camisa do Santos.

Nesta semana, Lee foi visto com sua equipe de filmagem em São Paulo, no Beco do Batman (viela na Vila Madalena, conhecida pelos grafites, onde conversou com o grafiteiro Rafael Sliks), na região do Baixo Augusta, na avenida Paulista e no Vão do MASP. Nesta sexta, ele entrevistou o músico Tom Zé. Na quarta, visitou também a Cinemateca Brasileira, na capital paulista e conversou com o rapper Emicida.
Spike vem fazendo viagens para o país desde 2012. Desde então, gravou depoimentos de Gilberto Gil, Caetano Veloso, Marisa Monte, Ivete Sangalo, Seu Jorge, Criolo, do presidente do STF Joaquim Barbosa, dos deputados Luiz Alberto (PT-BA) e Romário (PSB-RJ), e da presidente Dilma Rousseff.

A relação de Spike Lee com o Brasil começou em 1996, quando ele escolheu o Rio de Janeiro e Salvador para gravar o clipe da música "They don't care about us", com Michael Jackson.

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Para bloquear Bolsonaro, PT fica com a Comissão de Direitos Humanos da Câmara - O GLOBO



Em reunião prévia, realizada nesta terça-feira pelo presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) com líderes partidários, foi fechado acordo que evitará que o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) presida a Comissão de Direitos Humanos da Casa (CDH). Na reunião, o PT concordou em escolher a CDH e o PP, que ameaçava indicar Bolsonaro para a presidência, ficará com as comissões de Trabalho e Transporte.
Os líderes decidiram criar uma nova comissão, dividindo a Comissão de Desporto e Turismo, para contemplar o PSC que tinha perdido o direito de presidir comissão com a criação das duas novas legendas: PROS e Solidariedade. O presidente da Câmara, no entanto, fez questão de dizer que não haverá aumento de gastos com o desmembramento das duas comissões. Segundo Henrique Alves, para trabalhar nas comissões, serão deslocados funcionários de outras comissões, sem a criação de novos cargos.Pela proporcionalidade, com a criação desta nova comissão, o PT ganharia o direito a uma quarta comissão. Henrique Alves, no entanto, afirmou que o partido cedeu a vez para que o PSC _ que desde o início da legislatura teve direito a presidir comissões _ não fique sem nenhuma este ano. No ano passado, o PSC foi um dos últimos a escolher e acabou ficando com a Comissão de Direitos Humanos e indicou para presidi-la o deputado Marco Feliciano.
O PT cedeu, sob pressão, mas cedeu. Não vai ter aumento de gastos (com a criação da nova comissão), vai ter remanejamento de funcionários das outras comissões. Só vamos ter que ver o espaço físico. Foi uma boa reunião prévia, permite que não se perca tempo na reunião de hoje à tarde e o início dos trabalhos das comissões permanentes da Casa —disse Henrique, defendendo o direito do PSC:
O PSC ficaria sem comissão para presidir. E há uma reivindicação antiga de dividir a comissão de Esportes e Turismo, aproveitamos essa oportunidade. O PT, no próximo ano, se continuar a maior bancada, terá quatro comissões — disse Henrique Alves.

Senadores defendem endurecimento de punição para casos de racismo - UOL NOTÍCIAS

Senador Paulo Paim comemora a aprovação em plenário do Estatuto da Igualdade Racial, em 2010
Os senadores Paulo Paim (PT-RS) e João Capiberibe (PSB-AP) lamentaram hoje (17) o episódio de racismo envolvendo a australiana Louise Stefany Garcia, de 30 anos, presa em Brasília, na última sexta-feira (14), depois de insultar e se recusar a fazer as unhas com uma manicure negra.
"Deve haver um endurecimento no Código Penal para não permitir o relaxamento de prisão preventiva em caso de flagrante em delitos raciais", disse Capiberibe, ressaltando que só uma mobilização social e política pode impedir que se repitam situações como essa.
Paim lembrou que, também na semana passada, o jogador Tinga, do Cruzeiro, foi alvo de ataques racistas da torcida do time peruano Real Garcilaso, durante partida da Copa Libertadores. As situações de preconceito foram lembradas durante audiência pública da Comissão de Direitos Humanos do Senado para discutir a proposta de reserva de 20% das vagas em concursos públicos federais para negros.
A proposta (PL 6.738/13) , enviada pelo Executivo ao Congresso, tramita em regime de urgência constitucional, já foi aprovada por três comissões na Câmara dos Deputados, mas como ainda não foi totalmente analisada nos 45 dias exigidos nesses casos, o texto engrossa a fila de matérias urgentes com pendencia de apreciação no plenário na Casa.
Até que todas essas matérias sejam votadas, por ordem de chegada, a pauta no plenário da Câmara fica trancada. O das cotas é o mais recente dentre as urgências que tem como o maior desafio no momento a votação do Marco Civil da Internet.
Se for aprovada na Câmara, a matéria ainda precisará ser apreciada no Senado, onde Paulo Paim espera que a votação seja rápida. "Hoje à tarde, vamos fazer uma visita ao presidente Renan Calheiros (PMDB-AL) para pedir que ele dê uma ligada ao presidente da Câmara [Henrique Alves (PMDB-RN)] para dar agilidade à votação da proposta na Casa". Ainda segundo Paim, quando chegar ao Senado, o mérito da proposta deve ser debatido em audiência pública na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
Entidades que defendem a proposta, como a organização não governamental (ONG) Educafro, também fizeram um apelo para que o presidente da Câmara convença os líderes a votar logo a proposta.

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Comissão de Direitos Humanos debate cotas para negros em concursos - Afropress

cotas123

A reserva 20% das vagas dos concursos públicos para negros é o tema da audiência pública iniciada nesta segunda-feira (17) na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH). O autor do requerimento para debate, senador Paulo Paim (PT-RS), coordena os trabalhos.
Em novembro, a presidente da República, Dilma Rousseff, enviou à Câmara dos Deputados, com pedido de urgência, projeto de lei que destina para afrodescentes 20% das vagas nos concursos públicos federais (PL 6.738/2013). Já aprovada em três comissões, a proposta ainda depende de decisão no Plenário da Câmara. Se confirmada, será então encaminhada ao Senado.
Estudo divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revela que pardos e negros ainda são minoria nos cargos mais concorridos da administração pública. Na diplomacia, por exemplo, apenas 5,9% dos que ingressam são afrodescentes.
Paim, ao abrir o debate, considerou natural que a comissão se antecipe à vinda do projeto ao Senado, promovendo audiência sobre o tema. Ele também aproveitou para registrar mais dois casos de racismo registrados: o episódio envolvendo o jogador Tinga, hostilizado por torcedores em partida no Peru, e a atuação de uma australiana em salão de beleza em Brasília, tendo por alvo uma manicure.
- É lamentável a gente estar assistindo casos como esses, afora tanto outros em que as pessoas sofrem sem que os fatos venham à luz – comentou.

Religiões Afrobrasileiras - Afropress

Uma garrafa de champagne pela metade, que já servia um copo, vela vermelha acesa e uma carteira de cigarros. Foi com este cenário, tudo reunido, que o vereador goiano Djalma Araújo se deparou, na noite da última segunda-feira (10), em frente à residência em que vive.
O parlamentar registrou a cena e publicou a imagem em seu perfil em uma rede social. "Chegando à minha casa, encontrei esse trabalho despachado perto da minha porta. Quero dizer a esse malungo feiticeiro que, se foi pra mim, não pega. Não acredito. Se for para trazer, dê meia volta em outro quarteirão. É bom dizer que a caixa de cigarros é do Paraguai", legendou o parlamentar com bom humor.
Após este episódio, a reportagem do jornal Diário da Manhã consultou o presidente da Federação de Umbanda e Candomblé do Estado de Goiás, o pai de santo Kenio de Osàála, um especialista no assunto, e descobriu que o trabalho supostamente feito ao vereador tem ligação com a pomba-gira (entidade que trabalha na Umbanda). "O vereador deve observar melhor com quem ele anda e não deixar a fé se abalar", aconselhou o pai de santo.
Contudo, para ele, nada garante que o despacho tenha sido direcionado ao parlamentar. Em entrevista publicada na edição do DM da última quarta-feira (12), Djalma afirmou não acreditar que o trabalho tenha sido feito para ele.
Com o auxílio de pai Kenio, o DMRevista preparou um guia sobre as mais populares religiões afro-brasileiras e seus significados.
Candomblé: é uma religião derivada do animismo africano onde se cultuam os orixás, voduns ou nkisis, dependendo da nação. Sendo de origem totêmica e familiar, é uma das religiões de matriz africana mais praticadas, tendo mais de dois milhões de seguidores em todo o mundo, principalmente no Brasil. Também é possível encontrar o chamado povo do santo em outros países como Uruguai, Argentina, Venezuela, Colômbia, Panamá, México, Alemanha, Itália, Portugal e Espanha.
Umbanda: é uma religião brasileira formada através de elementos de outras religiões como o catolicismo ou espiritismo juntando ainda elementos da cultura africana e indígena. A palavra é derivada de "u´mbana", um termo que significa "curandeiro" na língua banta falada na Angola, o quimbundo. A umbanda tem origem nas senzalas em reuniões onde os escravos vindos da África louvavam os seus deuses através de danças e cânticos e incorporavam espíritos
Quimbanda: é uma ramificação da umbanda desde a sua fundação pelo médium brasileiro Zélio Fernandino de Morais, já que o mesmo admitiu ter um exu ordenado por seus guias. O princípio norteador é o de trabalhar respeitando as leis da Umbanda, uma vez que essas entidades são comandadas pelas entidades da Umbanda, que é a sua matriz.
Vodo ou Vodu: teve origem na África, foi trazido pelos escravos e, para sobreviver, incorporou elementos da cultura dos dominadores, como o batismo católico. A religião tornou-se oficial no Haiti. É uma religião que cultua os antepassados e entidades conhecidas como loas. O vodu é parecido com o candomblé.
Os rituais são marcados pela música, a dança e muita comida. Quem conduz o ritual é um líder homem (hougan) ou uma líder mulher (mambo).
Os Orixás
Entre outros, os mais cultuados são: Exu (Bará): cuida dos prazeres, da virilidade, da procriação. Vestido com um manto vermelho e correntes, cumpre a função de ligar o humano ao espiritual.
Ogum: envolto em vestes de metal e cheio de armas, é o dono do ferro forjado e o que dele derivar. Sua força se destina aos que precisam de socorro imediato.
Iemanjá: veste-se como as ondas do mar e sua espuma. Enfeitada de estrelas e conchas marinhas, recebe a incumbência de iluminar as estrelas e cuidar da clareza dos pensamentos dos filhos de Olodumaré.
Iansã: traz ventos e frescor. Coberta de exuberantes adornos de cobre, administra os montes com seus ventos. Proporciona alegrias, moradia e panelas fartas em alimentos.
Xangô: se apresenta como força incandescente. A ele cabe zelar para que em cada amanhecer o sol traga seu calor e claridade, e que, por sua força e sabedoria, seja feita a justiça. Também cuida do jogo.
Odê e Otim (Oxossi): enfeitados com peles e penas, têm a função da caça e da pesca, bem como cuidam da alimentação. E por serem jovens cheios de vitalidade, assumem o cuidado do crescimento das crianças.
Obá: simples, firme, seguro e adornado com uma navalha, tem a seu encargo a guarda dos caminhos. Ademais, Olodumaré ordena que Obá zele pelas amizades e que corte as intrigas com a sua navalha.
Oxalá: é o mais velho dos filhos de Olodumaré. Usa vestido de algodão branco e cumpre a função de administrar a evolução espiritual e a paz entre todos os seres humanos.
Ossanha: veste folhas e sabe lidar com as ervas (plantas) que curam.
Oxum: revestida de ouro e riquezas, é a responsável pela beleza e pela fecundidade. Assume a tarefa de harmonizar os lares, cuidar das famílias, das crianças, das nascentes dos rios e da água doce.
Religiões afro-brasileiras
São consideradas religiões afro-brasileiras todas as religiões que foram trazidas para o Brasil pelos negros africanos, na condição de escravos. Ou religiões que absorveram ou adotaram costumes e rituais africanos.
Babaçuê - Maranhão, Pará
Batuque - Rio Grande do Sul
Cabula - Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Santa Catarina.
Candomblé - Em todos Estados do Brasil
Culto aos Egungun - Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo
Culto de Ifá - Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo
Encantaria - Maranhão, Piauí, Pará, Amazonas
Omoloko - Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo
Pajelança - Piauí, Maranhão, Pará, Amazonas
Quimbanda - Em todos Estados do Brasil
Tambor-de-Mina - Maranhão, Pará
Terecô - Maranhão
Umbanda - Em todos Estados do Brasil
Xambá - Alagoas, Pernambuco
Xangô do Nordeste - Pernambuco
Saiba mais
Pai de Santo: padrinho de umbanda ou chefe de terreiro são termos usados em várias das religiões afro-brasileiras para designar a pessoa responsável ou autoridade máxima de um terreiro ou tenda de umbanda.
Terreiro de Candomblé: é como são geralmente conhecidos os templos de candomblé ou Espaço de Religião de Matriz Africana. Mas também são chamados de casas, roças e, dependendo da nação, podem ser chamados de barracões ou, ainda, pela palavra correspondente à casa nos vários idiomas africanos.
Macumba: o conceito de macumba está tão arraigado na cultura popular brasileira que são comuns expressões preconceituosas como "xô macumba!" (umbanda) e "chuta que é macumba!" para demonstrar desagrado com a má sorte. São também muito comuns amuletos que vão desde adereços até objetos que remetem aos utilizados nos cultos religiosos. O real significado de macumba é a de um antigo instrumento musical de percussão, uma espécie de reco-reco, de origem africana.
Popularmente, o termo macumba é utilizado para designar de maneira pejorativa os cultos sincréticos derivados de práticas religiosas - a exemplo do candomblé - e divindades dos africanos que eram escravizados entre os séculos XV e XIX, a exemplo dos bantos.
Entretanto, ainda que macumba habitualmente seja confundida com tais práticas religiosas, os praticantes e seguidores dessas religiões rejeitam o uso do termo para designá-las
Ebó: é um termo africano, do iorubá, que tem várias acepções nos cultos africanos no Brasil, mas as acepções todas têm em comum o fato de tratar-se de uma oferenda, dedicada a algum orixá, podendo ou não envolver o sacrifício animal.
Oferenda: no candomblé, uma oferenda é necessariamente um sacrifício de origem animal. Também serve para alimentar uma comunidade inteira, pois nas casas de candomblé não é permitido a compra em supermercados de frangos empanados para oferecer aos orixás. Para o candomblé tudo que a natureza produz é sangue, e um sacrifício requer a utilização de vários tipos de sangue, vindos das mais variadas fontes da natureza, atribuindo vida. Na umbanda, uma "oferenda" não pode conter um sacrifício animal.
Sangue de origem vegetal: obtido nas cascas das árvores, folhas, frutos, sementes e flores.
Sangue de origem mineral: água, sal, carvão.
Sangue de origem animal: são abatidos bois, bodes, galinhas, patos e muitos outros animais, que depois servem de alimentos à comunidade.
Magia: muito se fala em "magia branca" ou "magia negra", mas, de acordo com o Pai Kenio, estas são denominações utilizadas por aqueles que são totalmente leigos no assunto. A Magia é uma só, não tendo cor alguma, não sendo "boa" ou "má". O que importa é o uso que se faz dela. "Existem várias formas de manipular magia: em flores, chocolates, presentes e entre outros", afirma pai Kenio.
Despacho: é uma oferenda. Fazer despacho a Exu é fazer uma oferenda a ele. Sempre se faz uma oferenda a ele, pois ele seria o intermediário entre os homens e os outros orixás. Assim, se quer conseguir algo de Oxalá, por exemplo, se faz oferenda primeiro a Exu, depois a Oxalá.
Encruzilhada: segundo a umbanda, uma encruzilhada (o cruzamento de ruas de uma cidade), é um lugar onde são feitas oferendas a Exu. Estas oferendas são chamadas de despacho. A oferenda pode ser feita em formato de "X" ou de "+", a depender do despacho a ser feito. Também tem a encruzilhada Em "T" onde são feitas as entregas para pomba-gira. As encruzilhadas são chamadas de fêmea, macho e mista.

domingo, 16 de fevereiro de 2014

Haddad deve anunciar Pestana para a Secretaria da Igualdade Racial em SP- Afropress










O prefeito de S. Paulo, Fernando Haddad (PT), deverá anunciar nesta semana o nome do substituto do empresário, cantor, apresentador e vereador licenciado pelo PC do B, Netinho de Paula, na Secretaria Municipal de Promoção da Igualdade Racial (SMPIR).

Netinho, que se afasta do cargo para ser candidato a deputado federal nas eleições de outubro, já encaminhou os dois nomes que pretende ver indicados: o do seu assessor Antonio Pinto, o Toninho, e o do publicitário, cartunista e editor executivo da Revista Raça Brasil, Maurício Pestana.
Segundo fontes ouvidas por Afropress, o  nome indicado deverá ser mesmo o do cartunista Pestana, que além de ter maior visibilidade pelo trabalho à frente da Revista Raça, conta com o apoio do ex-ministro dos Esportes, Orlando Silva (foto), também vereador do PC do B e presidente estadual do Partido.
Netinho não se opõe a Pestana, porém, gostaria de ver indicado o nome que lhe é mais próximo – o de Antonio Pinto, que o acompanha desde a assessoria na Câmara Municipal. Contra a indicação de Toninho, porém, além dele não contar com o apoio do ex-ministro dos Esportes, pesa o fato de que é filiado ao PT. Na distribuição de cargos, a Secretaria faz parte da cota do PC do B.
Essa foi uma das razões para que o nome da ex-ministra da SEPPIR, Matilde Ribeiro, que era vista como substituta natural de Netinho, inclusive porque é secretária adjunta, perdesse força.
Criada nesta gestão, a Secretaria Municipal de Promoção da Igualdade Racial foi uma promessa de campanha do atual prefeito. A definição do orçamento para este ano, porém, de apenas R$ 11 milhões – metade para pagamento de funcionários – teria sido uma das causas da antecipação da saída de Netinho, uma vez que, o prazo de desincompatibilização para disputar as eleições só acontece em abril.

Mais racismo em Brasília - Geledés/Correio Brasiliense


Na última semana, o Brasil abraçou a causa do jogador Paulo César Tinga, vítima de preconceito racial durante uma partida de futebol no Peru. Na saída de campo, ele afirmou que trocava todas as conquistas da carreira por um mundo mais igual. Poucos dias depois, Brasília foi palco de um caso semelhante. O endereço muda, mas o sentimento não: “Eu só conseguia chorar. Dá uma sensação de impotência pensar que ainda há quem julgue seu caráter pela cor da pele”, relata a cobradora de ônibus da Viação Pioneira Claudinei Gomes, 33 anos, que foi xingada enquanto trabalhava, na última sexta-feira, na Linha 255, que faz o trajeto Santa Maria/M Norte.
Uma pane no ônibus em que estava travou a porta, em uma parada de Taguatinga. Era 12h40, o sol estava forte e mais ou menos 20 pessoas ficaram presas dentro do coletivo. Nervosa, uma mulher cogitou
usar a saída de emergência, mas, para tal, seria necessário quebrar a janela. O motorista explicou que ela teria de pagar o estrago. A passageira perguntou a Claudinei o nome do condutor, mas a colega não quis informar: “Foi nesse momento que ela começou a me xingar. Me chamou de negra ordinária e preta safada. Queria que eu revelasse o nome dele para denunciar à empresa”, lembra.
A cobradora destaca que nunca havia sido vítima de preconceito .“Fiquei com muita raiva. Deu vontade de bater na mulher, mas, como sou um ser racional, diferentemente dela, me contive”, recorda. No mesmo momento, a funcionária da Pioneira ligou para a polícia a fim de denunciar a agressão. Quando a porta finalmente abriu, a passageira foi a primeira a descer. “Ela ainda gritou: ‘A polícia não vem para preto, não’. A cena dela indo embora impune foi horrível”, diz.


Australiana racista vai presa no DF - G1.globo.com

Uma australiana foi presa em Brasília na noite desta sexta-feira (14) suspeita de agredir e ofender duas funcionárias e uma cliente negras de um salão de beleza da superquadra 115 Sul, além de desacatar o policial militar, também negro, que a conduziu à delegacia. Na delegacia, ela também ofendeu o agente responsável por atender a ocorrência. Parte da situação foi gravada pela recepcionista do local. O caso é investigado pela 1ª DP.


Segundo testemunhas, a suposta agressora tem cerca de 30 anos e entrou no estabelecimento para fazer as unhas do pé. A primeira pessoa que ela ofendeu foi uma manicure, que preferiu não se identificar por se sentir envergonhada. A profissional foi contratada pelo salão há uma semana.
A suposta agressora foi levada para a delegacia e foi transferida neste sábado (15) para a Penitenciária Feminina do Gama (Colmeia). Segundo a Polícia Civil, ela vive regularmente no Brasil há cinco anos e já foi detida por dirigir sob efeito de álcool.
A Polícia Civil informou que mulher foi presa por racismo e não por injúria racial porque disse que não poderia ser atendida pela funcionária negra. Ela cometeu segregação racial ao afirmar que a profissional não poderia executar o serviço por ser de "raça ruim".

O encaminhamento para a penitenciária da Colmeia comprova que ela foi enquadrada por racismo, segundo a polícia. Se fosse por injúria, ela teria assinado um termo de comparecimento à Justiça e deixaria a delegacia. O crime de racismo é inafiançável. A suspeita pode permanecer presa por até um ano.

"Ela chegou e perguntou se havia alguém que pudesse fazer o pé dela. A recepcionista disse que sim, então ela sentou. Quando ela viu que seria eu, disse que não queria", lembra a manicure. "Fiquei sem graça. Aí a menina disse que tinha então outra pessoa, e ela respondeu que podia ser a outra, porque ela era um pouco mais clara. Ela disse que eu era escura demais para fazer a unha dela."

Minutos depois, a suposta agressora teria se incomodado com a presença da manicure e pedido que ela se retirasse. "Ela disse: 'dá para você se retirar? Sua presença está me incomodando. Eu não quero que você fique perto de mim'. Subi na hora, não conseguia parar de chorar", conta a profissional.

Dona do salão, Eliete Lima de Carvalho cuidava do cabelo de uma cliente e só percebeu o problema quando viu a manicure chorando. A proprietária subiu as escadas para o banheiro atrás dela para saber o que havia acontecido e, depois, voltou ao salão para exigir que a cliente se desculpasse.
"Ela disse que não ia se desculpar, que não tinha feito nada de errado. E aí começou a falar do trabalho da outra manicure, dizendo que ficou uma porcaria, que não ia pagar. Outra cliente, que é morena, ficou irritada e pediu para ela abaixar o tom, então ela disse 'eu não sei por que essas pessoas de raça ruim insistem em falar comigo'. Precisei segurar a menina, que queria bater nela", conta Eliete.
Abordada por um PM negro, a australiana ainda teria gritado para que ele não dirigisse a palavra a ela. A cliente ofendida, as funcionárias, a dona do salão e a cliente de quem ela cuidava, que é advogada, foram para a delegacia prestar depoimento.

Assustada e desconfortável, a manicure que não quis se identificar disse que nunca passou por isso antes. "Ela insistiu que não queria nenhum de nós, pretos, falando com ela. Disse que éramos raça ruim", conta.

De acordo com os dados mais atualizados disponíveis no site da Secretaria de Segurança Pública, houve 409 crimes raciais em 2012 no DF.

Protesto
Indignada com a situação, Eliete decidiu trabalhar com o cabelo o mais volumoso possível neste sábado. "Não admito funcionário tratar mal cliente, nem cliente tratar mal funcionário. E não admito preconceito, de forma alguma", afirmou. "Ela me machucou profundamente. Agiu como se fosse melhor por não ser negra ou porque acha que ser manicure é ser inferior. Não aceito."

No momento da confusão, havia cinco clientes e nove funcionárias no salão - quatro delas, negras. O estabelecimento funciona há dez anos.

Eliete disse ainda que, pela manhã, comentou com as funcionárias que achou absurdo o ocorrido com o jogador Tinga, do Cruzeiro, vítima de racismo durante partida contra o Real Garcilaso, pela Taça Libertadores, no Peru. "Ainda falei que era inadmissível, que esse era o tipo de coisa que eu não conseguia acreditar que ainda existia."

O episódio de racismo contra o jogador ocorreu na cidade peruana de Huancayo. Tinga, que é negro, entrou no segundo tempo. Sempre que ele tocava na bola, a torcida do time da casa, fazia sons que imitavam um macaco
.
Abordada por um PM negro, a australiana ainda teria gritado para que ele não dirigisse a palavra a ela. A cliente ofendida, as funcionárias, a dona do salão e a cliente de quem ela cuidava, que é advogada, foram para a delegacia prestar depoimento.

Assustada e desconfortável, a manicure que não quis se identificar disse que nunca passou por isso antes. "Ela insistiu que não queria nenhum de nós, pretos, falando com ela. Disse que éramos raça ruim", conta.

De acordo com os dados mais atualizados disponíveis no site da Secretaria de Segurança Pública, houve 409 crimes raciais em 2012 no DF.

Protesto
Indignada com a situação, Eliete decidiu trabalhar com o cabelo o mais volumoso possível neste sábado. "Não admito funcionário tratar mal cliente, nem cliente tratar mal funcionário. E não admito preconceito, de forma alguma", afirmou. "Ela me machucou profundamente. Agiu como se fosse melhor por não ser negra ou porque acha que ser manicure é ser inferior. Não aceito."

No momento da confusão, havia cinco clientes e nove funcionárias no salão - quatro delas, negras. O estabelecimento funciona há dez anos.

Eliete disse ainda que, pela manhã, comentou com as funcionárias que achou absurdo o ocorrido com o jogador Tinga, do Cruzeiro, vítima de racismo durante partida contra o Real Garcilaso, pela Taça Libertadores, no Peru. "Ainda falei que era inadmissível, que esse era o tipo de coisa que eu não conseguia acreditar que ainda existia."

O episódio de racismo contra o jogador ocorreu na cidade peruana de Huancayo. Tinga, que é negro, entrou no segundo tempo. Sempre que ele tocava na bola, a torcida do time da casa, fazia sons que imitavam um macaco
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Assustada e desconfortável, a manicure que não quis se identificar disse que nunca passou por isso antes. "Ela insistiu que não queria nenhum de nós, pretos, falando com ela. Disse que éramos raça ruim", conta.
De acordo com os dados mais atualizados disponíveis no site da Secretaria de Segurança Pública, houve 409 crimes raciais em 2012 no DF.

Protesto
Indignada com a situação, Eliete decidiu trabalhar com o cabelo o mais volumoso possível neste sábado. "Não admito funcionário tratar mal cliente, nem cliente tratar mal funcionário. E não admito preconceito, de forma alguma", afirmou. "Ela me machucou profundamente. Agiu como se fosse melhor por não ser negra ou porque acha que ser manicure é ser inferior. Não aceito."

No momento da confusão, havia cinco clientes e nove funcionárias no salão - quatro delas, negras. O estabelecimento funciona há dez anos.

Eliete disse ainda que, pela manhã, comentou com as funcionárias que achou absurdo o ocorrido com o jogador Tinga, do Cruzeiro, vítima de racismo durante partida contra o Real Garcilaso, pela Taça Libertadores, no Peru. "Ainda falei que era inadmissível, que esse era o tipo de coisa que eu não conseguia acreditar que ainda existia."

O episódio de racismo contra o jogador ocorreu na cidade peruana de Huancayo. Tinga, que é negro, entrou no segundo tempo. Sempre que ele tocava na bola, a torcida do time da casa, fazia sons que imitavam um macaco
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De acordo com os dados mais atualizados disponíveis no site da Secretaria de Segurança Pública, houve 409 crimes raciais em 2012 no DF.
Protesto
Indignada com a situação, Eliete decidiu trabalhar com o cabelo o mais volumoso possível neste sábado. "Não admito funcionário tratar mal cliente, nem cliente tratar mal funcionário. E não admito preconceito, de forma alguma", afirmou. "Ela me machucou profundamente. Agiu como se fosse melhor por não ser negra ou porque acha que ser manicure é ser inferior. Não aceito."

No momento da confusão, havia cinco clientes e nove funcionárias no salão - quatro delas, negras. O estabelecimento funciona há dez anos.

Eliete disse ainda que, pela manhã, comentou com as funcionárias que achou absurdo o ocorrido com o jogador Tinga, do Cruzeiro, vítima de racismo durante partida contra o Real Garcilaso, pela Taça Libertadores, no Peru. "Ainda falei que era inadmissível, que esse era o tipo de coisa que eu não conseguia acreditar que ainda existia."

O episódio de racismo contra o jogador ocorreu na cidade peruana de Huancayo. Tinga, que é negro, entrou no segundo tempo. Sempre que ele tocava na bola, a torcida do time da casa, fazia sons que imitavam um macaco
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Protesto
Indignada com a situação, Eliete decidiu trabalhar com o cabelo o mais volumoso possível neste sábado. "Não admito funcionário tratar mal cliente, nem cliente tratar mal funcionário. E não admito preconceito, de forma alguma", afirmou. "Ela me machucou profundamente. Agiu como se fosse melhor por não ser negra ou porque acha que ser manicure é ser inferior. Não aceito."
No momento da confusão, havia cinco clientes e nove funcionárias no salão - quatro delas, negras. O estabelecimento funciona há dez anos.

Eliete disse ainda que, pela manhã, comentou com as funcionárias que achou absurdo o ocorrido com o jogador Tinga, do Cruzeiro, vítima de racismo durante partida contra o Real Garcilaso, pela Taça Libertadores, no Peru. "Ainda falei que era inadmissível, que esse era o tipo de coisa que eu não conseguia acreditar que ainda existia."

O episódio de racismo contra o jogador ocorreu na cidade peruana de Huancayo. Tinga, que é negro, entrou no segundo tempo. Sempre que ele tocava na bola, a torcida do time da casa, fazia sons que imitavam um macaco
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No momento da confusão, havia cinco clientes e nove funcionárias no salão - quatro delas, negras. O estabelecimento funciona há dez anos.
Eliete disse ainda que, pela manhã, comentou com as funcionárias que achou absurdo o ocorrido com o jogador Tinga, do Cruzeiro, vítima de racismo durante partida contra o Real Garcilaso, pela Taça Libertadores, no Peru. "Ainda falei que era inadmissível, que esse era o tipo de coisa que eu não conseguia acreditar que ainda existia."

O episódio de racismo contra o jogador ocorreu na cidade peruana de Huancayo. Tinga, que é negro, entrou no segundo tempo. Sempre que ele tocava na bola, a torcida do time da casa, fazia sons que imitavam um macaco
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Eliete disse ainda que, pela manhã, comentou com as funcionárias que achou absurdo o ocorrido com o jogador Tinga, do Cruzeiro, vítima de racismo durante partida contra o Real Garcilaso, pela Taça Libertadores, no Peru. "Ainda falei que era inadmissível, que esse era o tipo de coisa que eu não conseguia acreditar que ainda existia."

O episódio de racismo contra o jogador ocorreu na cidade peruana de Huancayo. Tinga, que é negro, entrou no segundo tempo. Sempre que ele tocava na bola, a torcida do time da casa, fazia sons que imitavam um macaco
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O episódio de racismo contra o jogador ocorreu na cidade peruana de Huancayo. Tinga, que é negro, entrou no segundo tempo. Sempre que ele tocava na bola, a torcida do time da casa, fazia sons que imitavam um macaco..

A discussão evoluiu para bate-boca e gritaria. A dona do salão acionou a Polícia Militar, mas a suposta agressora tentou fugir. Eliete afirma que pediu mais uma vez que ela se desculpasse, que a situação poderia ser contornada se ela reconhecesse que errou. "Ela disse que queria ver quem iria prendê-la por isso", diz a proprietária.