Estamos diante de uma oportunidade singular para avançar nas mudanças, as ruas, essa notável professora, estão gritando em todo país. Está na hora dos movimentos sociais organizados participarem das manifestações e com habilidade contribuírem para que o urro do povo ecoe e transforme o Brasil.Sim, é uma manifestação que se caracteriza pela espontaneidade, horizontalidade no comando, há criticas genéricas aos partidos, aos políticos, ao governo e ao Partido dos Trabalhadores e a direita reacionária tenta disputar o movimento, no entanto, a grande maioria das reivindicações é legítima, estão colocando todos os problemas na mesa, como foi dito por muitos manifestantes, não estavam nas ruas por vinte centavos, querem muito mais, querem um Brasil justo para o povo, por isso não cabe criticar a diversidade de bandeiras.
Para que essas manifestações obtenham êxitos será necessário encontrar focos capazes de manter o movimento unido e mobilizado para avançar numa pauta política que mude o país, para isso será fundamental a experiência dos movimentos sociais organizados.
Estou otimista com a possibilidade dessas manifestações pautarem e impulsionarem o governo e o partido majoritário no rumo de transformações mais profundas e estruturante. A ausência de alternativas de poder na esquerda e a governabilidade nucleada por dois poderosos partidos (PT e PMDB) e assegurada por ampla aliança com uma base política heterogênea criou uma zona de conforto na qual o governo se acomodou e trabalhou para imobilizar os movimentos sociais, até então principal protagonista da luta popular nos últimos trinta anos.
O excesso de pragmatismo é prejudicial, ainda assim, não tem como negar que esses dez anos de esquerda no poder produziram avanços significativos, por exemplo, a dimensão social nas políticas públicas atualmente é considerada um direito e não uma benesse de um ou outro governo.O senso comum popular está atendo a garantir direitos mínimos, como a obrigatoriedade do Estado contribuir com sua subsistência, de modo que não é mais possível governar o país sem as políticas sociais de transferência de renda, o povo e o Estado incorporaram.Agora é momento de Dilma dar mais um passo, escolher lado, não com retórica, mas com atitude concreta e corajosa. É impossível avançar sem enfrentar a gulosa elite brasileira.
Se as 20 mil famílias rentistas brasileiras não perderem, o Brasil e o povo perdem.
Se as sete famílias donas dos grandes meios de comunicação não perderem, o Brasil e o povo perdem.
Se os megas latifundiários que grilam terras e levam terror no campo não perderem, o Brasil e o povo perdem.
Se o poder do capital sobre o processo eleitoral não for superado, o Brasil e o povo não viverão uma verdadeira democracia.
Se a desigualdade racial não for enfrentada, não existirá uma sólida e confiável unidade nacional.
O povo na rua abriu oportunidade do governo impor novas pautas para o progresso social, econômico e político do Brasil.
A pergunta que fica é: terá coragem?
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente