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sexta-feira, 9 de maio de 2014

Casos de racismo no futebol chegam ao Legislativo: repúdio ao “#somostodosmacacos” - Camaçari Fatos e Fotos

Audiência pública
Audiência pública
Daniel Alves, Neymar, Arouca, Márcio Chagas, Tinga... No Brasil ou na Europa, esses são somente alguns nomes de atletas ou árbitros de futebol vítimas de racismo nos estádios, em um curto intervalo de tempo, nos últimos meses. Para debater e refletir sobre estes e outros casos de racismo no esporte, as circunstâncias, posicionamentos - do autor e da vítima - e punições, a Comissão Especial de Promoção da Igualdade do Legislativo baiano realizou nesta terça-feira, 06 de maio, uma audiência pública intitulada "Racismo no Esporte".
No final de abril, advento do caso envolvendo o baiano Daniel Alves, uma sessão na Câmara de Camaçari também repudiou a atitude dos torcedores racistas, dispondo bananas na mesa de honra. Na ocasião, o presidente da Casa, vereador Teo Ribeiro (PT), disse que esse tipo de "humilhação idiota" não caberia mais nos tempos atuais.
“O propósito deste momento é fazermos uma discussão política do racismo e não permitir que ações deste tipo sejam transformadas em peças publicitárias e capital mercadológico", criticou o deputado Bira Corôa (PT), presidente do colegiado. Parlamentar e presentes na audiência repudiaram a campanha “#somostodosmacacos”, encampada pela assessoria do jogador de Neymar e amplamente repercutida nas redes sociais, como resposta a uma ação racista sofrida pelo também jogador Daniel Alves, foi unanimidade nas falas dos debatedores.

"Desconsiderar o valor histórico que a brincadeira ‘#somostodosmacacos’ traz é negar tudo o que nós negros sofremos ao longo do tempo por causa desta mentalidade de que não somos humanos. Louvar essa brincadeira é reforçar a concepção de que só não somos macacos porque falamos, concepção errônea, mas tomada como verdadeira por muito tempo", afirmou Cleidiana Ramos, jornalista do jornal A Tarde. Ela também chamou atenção a falta de conhecimento de boa parte dos colegas do campo jornalístico, os quais acabam por reproduzir a ordem estabelecida.

"O racismo no esporte não é um fato novo, que surge com o advento da Copa do Mundo e não é exclusivo do Brasil", ressaltou Bira Corôa. "Aqui na Bahia, o Ypiranga foi o primeiro time a desafiar as normas e colocar jogadores negros em campo", contrapôs o parlamentar ao contextualizar que antigamente os jogadores deveriam aplicar pó de arroz para que um atleta negro tivesse oportunidade de jogar futebol, “burlando assim as diretrizes que fundamentavam a modalidade”.

"As modalidades esportivas também podem ser separadas por cor, visto que alguns esportes exigem condições econômicas especiais para que se tenha acesso, e há esportes extremamente elitistas", afirmou a advogada e presidente da Comissão Especial de Promoção da Igualdade da OAB-BA, Patrícia Lacerda.



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