Powered By Blogger

Recarga Plus. Confira as Vantagens

quarta-feira, 30 de abril de 2014

Após prisão, torcedor que atirou banana em Daniel Alves presta depoimento e é liberado - MSN Esportes

A polícia espanhola anunciou na manhã desta quarta-feira que o torcedor que atirou uma banana no brasileiro Daniel Alves, durante a vitória do Barcelona sobre o Villarreal, no último domingo, foi preso. Após prestar depoimento, o homem foi indiciado e liberado.
David Campayo Lleo, de 26 anos, será enquadrado no artigo 510 do Código Penal espanhol, que prevê punição de até três anos para "aqueles que provocarem discriminação, ódio ou violência contra grupos ou associações por motivos racistas, anti-semita ou outras".
Na segunda-feira, um dia após o jogo no Madrigal, o Villarreal anunciou que o torcedor havia sido identificado e que ele seria multado e banido para o resto da vida do estádio. Segundo o 'Sport', jornal catação, Lleo seria funcionário do clube.
Em comunicado, o Barcelona também se manifestou e elogiou o apoio do Villarreal. "Sua condenação pública e imediata às agressões registradas em El Madrigal vão na direção correta", registrou o clube catalão.
Após a polêmica partida, Daniel Alves disse que já vem sofrendo com a descriminação há 11 anos, desde que deixou o Brasil para atuar no futebol espanhol, mas assegura que se cansou de vez: "Tenho que rir desses retardados", disparou.
A atitude do ala da seleção brasileira foi elogiada pelo atacante Neymar, que usou as redes sociais para iniciar uma campanha contra o racismo - com a ajuda de uma agência de publicidade. A hashtag 'Somos Todos Macacos' ganhou apoio maciço de esportistas e celebridades, além da presidente do Brasil, Dilma Rousseff.
Com a bola rolando, Daniel participou dos dois tentos de empate de sua equipe, cruzando as bolas na área que acabaram resultando em gols contra do Villarreal, primeiro com o brasileiro Gabriel Paulista, ex-Vitória, depois com Musacchio - o Barça ganhou por 3 a 2.

terça-feira, 29 de abril de 2014

Protesto da Unegro

Presidente do Villarreal pede que torcida não seja julgada por ato individual - MSN Esportes

Presidente do Villarreal pede que torcida não seja julgada por ato individual

O presidente do Villarreal, Fernando Roig, afirmou nesta terça-feira que não se pode tachar uma torcida de racista por um ato individual, em alusão à banana lançada no domingo para o jogador brasileiro Daniel Alves durante uma partida do Campeonato Espanhol entre Villarreal e Barcelona.
Segundo fontes do Villarreal, a pessoa que lançou a banana é sócio do clube, tem 25 anos e colaborava com a entidade em uma das equipes de categoria de base.
Dado o arrependimento que já demonstrou pelo fato, o clube decidiu evitar prejuízos paralelos e deixar o assunto em âmbito policial.
Roig afirmou hoje que condena 'energicamente' todos os atos de violência que se produzam dentro ou fora de um campo de futebol.
'Apuramos responsabilidades e colocamos o autor em mãos da polícia e da Justiça, além de tê-lo expulsado como sócio por toda a vida', indicou Roig, que reiterou que o ocorrido é 'reprovável' e acrescentou que também não será autorizado o acesso às instalações da cidade esportiva do clube.
O presidente também insistiu que o ocorrido foi uma ação isolada de uma pessoa já identificada e que isso não pode servir para julgar o clube, que já colocou o culpado em mãos das autoridades.
'Agora se trata de um tema policial e achamos que não devemos ir em frente. É um tema que será discutido na Justiça', insistiu o presidente do Villarreal, que acrescentou que tem a intenção de se reunir com gente do clube para analisar o ocorrido e tomar medidas a respeito.

Preta Gil desabafa sobre racismo sofrido por Daniel Alves: 'Não sou macaca' - MSN Entretenimento


Preta Gil usou o seu perfil do Facebook, na madrugada desta terça-feira (29), para mostrar a sua indignação com a situação do Brasil e do mundo. A cantora elogiou todos que entraram na campanha #somostodosmacacos em apoio ao jogador Daniel Alves, vítima de racismo durante um jogo do campeonato espanhol. Mas deixa clara a sua opinião: "Não sou macaca, sou negra com muito orgulho! Racismo é crime, cadeia neles!
Preta também citou os casos de DG, bailarino do "Esquenta" encontrado morto em uma favela do Rio, e de Bernardo, menino de 11 anos encontrado enterrado em um matagal no Rio Grande do Sul e que traz como suspeitos do crime o pai e a madrasta do garoto.
Leia na íntegra o desabafo da cantora:
"Resolvi escrever para não engasgar, ter insônia ou uma úlcera. Nem sei se vou publicar isso, mas se estiverem lendo é porque mudei de idéia. Estou aqui na minha vida, trabalhando, fazendo mil coisas ao mesmo tempo mas estou ligada no que se passa no mundo real e virtual. Estou triste pela guerra no Rio e pelas vítimas, sejam elas policiais, negros, brancos, ricos ou pobres. Ninguém merece viver com medo. Estou chocada com o caso do menino Bernardo; enojada. Fiquei orgulhosa com a atitude do Daniel Alves, ele deu uma banana para o preconceito e mostrou que de macaco não tem nada. Ele foi muito humano. Estou vendo o movimento da banana e respeito quem aderiu, pois, tenho certeza que foi de coração. Mas não sou macaca, eu tenho minha própria opinião, sou negra com muito orgulho! Racismo é crime, cadeia neles!
Nesses 40 anos de vida, já vi e vivi o bastante pra saber quem sou e ter consciência das minhas atitudes. Não preciso me explicar e nem me justificar para ninguém. Quem me conhece, me conhece! Estou vendo as montagens na minha foto com Carol e Fe sendo modificada com vários dizeres. Uns engraçados, uns irônicos e outros bem violentos. Não me surpreendo, pois, respeito o individualismo intelectual e até mesmo o modismo. Opinião cada um tem a sua. No mundo de hoje, está difícil dizer quem está certo e quem está errado, cada um defende seu ponto de vista e vamos em frente. Hoje, li no Face opiniões diversas sobre o caso do DG e o movimento da banana. Poucas concordei e muitas me assustaram. Muito Preconceito, racismo e ignorância mascarados e justificados como "opinião". Minha gente, o grande barato da vida é aprender, evoluir, transformar, amar... Nem tudo é do jeito que pensamos, nem tudo é do jeito que lemos. Estou cansada! É tanto ódio, julgamento, tanta sentença precipitada. Estou realmente assustada, o ser humano é tão nojento e cruel que estou quase querendo ser macaco agora".

A capa da Placar com Bruno faz parte da normalidade do feminicídio no Brasil - Blogueiras Feministas

Meu primeiro sentimento ao ver a capa da revista Placar, que traz uma enorme foto do rosto do ex-goleiro Bruno, condenado pela morte de Eliza Samudio, foi de espanto.
“Não acredito”, pensei.
Essa sensação durou pouco. Na verdade, essa capa não é absurda, não deveria ter me causado tanta surpresa. Ela é na verdade a confirmação de uma situação, é uma peça-símbolo do tipo de visibilidade que se concede aos homens e mulheres desse País, no qual uma pesquisa equivocada parece ter diminuído a gravidade do fato de mulheres com saias curtas “estarem pedindo” para serem molestadas sexualmente.
A capa da Placar com Bruno faz parte da normalidade de um País no qual quase metade dos homicídios de mulheres são cometidos por pessoas próximas, geralmente marido, namorado, amigo, filho, pai. A outra metade das mortes não é suficientemente estudada, como se a violência contra o gênero feminino fosse mais grave somente quando recebe o carimbo da “violência doméstica”.
O apelo e o sofrimento do jogador merecem circular em papel de qualidade na grande mídia, onde o apelo e o sofrimento de milhares de mulheres mortas todos os anos em solo nacional só circula no momento em que seus assassinatos são publicados (entre 1980 e 2010: mais de 92 mil mulheres assassinadas; 43,7 mil somente na última década. Esse número saiu de 1.353 mortes no período para 4.465, um aumento de 230%).
A foto de Bruno na capa da Placar comemora o fato de, desenvolvidos e felizes com o progresso econômico nacional nos últimos 30 anos, termos apenas pequenos problemas como, por exemplo, o fato de uma mulher ser vítima de homicídio a cada 1 hora, 57 minutos e 43 segundos no ano de 2010. Em 2001, a média era de 2 horas, 15 minutos e 29 segundos. A capa que causa espanto é a mesma capa que vai para assinantes no qual esta situação acontece normalmente – está acontecendo agora.
A esquerda, capa da Revista Placar, edição abril/2014. A direita, uma resposta feita por Cyntia Mesquita Beltrao e Rosiane Pacheco, divulgada por vários grupos feministas na rede.

Alguém falou em um comentário sobre essa capa que a equipe da revista foi “corajosa”. Por coragem, eu entendo o ato de ir contra a normalidade, o ato de fissurar o sistema, não de apoiá-lo, complementá-lo, confirmá-lo. Eu entenderia como corajosa uma edição da Placar que trouxesse as muitas e muitas mulheres que já foram vítimas de uma lógica perversa presente dentro do futebol (e outros esportes), espaço onde o sexo feminino nem é mais tratado como coisa, já que as coisas têm algum valor. Coragem temos que ter nós, mulheres, para nos depararmos com esse rosto circulando nos meios de alta visibilidade. Coragem temos que ter nós, mulheres, quando colocamos os pés na rua. Coragem temos que ter nós, todas, todos, para não aceitar nunca que esse País continue dentro dessa normalidade.
Autora
Fabiana Moraes é jornalista e mora em Recife. Esse texto foi publicado originalmente em seu perfil do Facebook, no dia 24/04/2014. Você pode acompanhá-la no Facebook e no Twitter.


Grife de Luciano Huck é criticada após lançar camisetas com frases contra o racismo - MSN Entretenimento

Dado Dolabella e Record se enfrentam na Justiça por multa rescisória - 1 (© Manuela Scarpa Photo Rio News)
Luciano Huck foi alvo de duras críticas após sua grife, a Use Huck, lançar camisetas com mensagens promovendo a campanha 'Somos Todos Macacos', instaurada na web em apoio ao lateral do Barcelona Daniel Alves, que foi vítima de racismo no último domingo (27), na Espanha.
Tudo porque os internautas não gostaram nada do fato de o episódio de preconceito ser usado como um meio de, segundo eles, ganhar dinheiro. 'Concordo, mas faturar em cima? Belo exemplo', alfinetou um usuário do Facebook. 'Oportunista! Será que os ganhos com a venda desta camiseta serão revertidos para alguma instituição de combate ao racismo?', questionou um jovem.
Já outro seguidor da grife do marido de Angélica na rede social apontou a falta de modelos negros no site da empresa e na divulgação da campanha: 'No site só tem modelos brancos. Está bem bonita essa diversidade mesmo'.
Para quem não sabe, durante a partida do Barcelona contra o Villarreal, na Espanha, uma banana foi arremessada sobre Daniel Alves, seguida de gritos de 'macaco' entoados por alguns torcedores. O brasileiro, então, sem perder a pose, comeu a fruta e depois cobrou um escanteio.


segunda-feira, 28 de abril de 2014

Ex-técnico de Daniel Alves, Guardiola elogia gesto contra racismo: 'Fantástico' - MSN Esportes

A atitude contra o racismo de Daniel Alves, que comeu uma banana atirada por torcedores do Villarreal durante a partida contra o Barcelona, no último domingo, repercutiu na coletiva pré-Uefa Champions League do técnico Josep Guardiola, do Bayern de Munique, nesta segunda-feira. Ex-comandante do lateral, o treinador elogiou a coragem do brasileiro.
"Daniel Alves é um cara fantástico, que teve uma atitude fantástica. Ele é uma pessoa muito alegre, divertida", disse Guardiola, antes de dizer que o racismo está disseminado por toda a Europa, e não apenas na Espanha.
Racismo, Atlético perto do título e falhas de Liverpool e Thiago Silva: o resumo da semana
"(O racismo) Está em todo lugar, não só na Espanha. Toda a sociedade tem culpa nisso. O que aconteceu ontem (domingo) só vai parar quando todos forem educados da maneira correta. De certa forma, somos todos responsáveis pelo que aconteceu", afirmou.
Após a polêmica partida, Daniel Alves disse que já vem sofrendo com a descriminação há 11 anos, desde que deixou o Brasil para atuar no futebol espanhol, mas assegura que se cansou de vez: "Tenho que rir desses retardados", disparou.
A atitude do ala da seleção brasileira também foi elogiada pelo atacante Neymar, que usou as redes sociais para iniciar uma campanha contra o racismo.
Com a bola rolando, Daniel participou dos dois tentos de empate de sua equipe, cruzando as bolas na área que acabaram resultando em gols contra do Villarreal, primeiro com o brasileiro Gabriel Paulista, ex-Vitória, depois com Musacchio.
Barça publica nota de apoio a Daniel, mas inocenta Villarreal
Nesta segunda-feira, o Barcelona usou seu site oficial para postar mensagem de apoio a Daniel Alves e condenou os atos racistas no estádio El Madrigal. Apesar disso, absolveu o Villarreal, dono do campo, de qualquer responsabilidade, dizendo que a culpa do racismo é dos torcedores.
"O Barcelona quer manifestar seu total apoio e solidariedade ao jogador Dani Alves depois dos insultos recebidos no último domingo, no campo do Villarreal, por parte de algumas pessoas que estavam assistindo à partida entre a equipe anfitriã e nosso time principal", escreveram os catalães.
"O FC Barcelona em nenhum caso relaciona os agressores ao clube local, e valoriza muito positivamente o apoio do Villarreal a nosso jogador. [...] O Barcelona apoia as mensagens de 'Respeito' e 'Não ao racismo' da Uefa e encoraja todos os clubes a seguirem lutando contra essa agressão a qualquer esportista por sua raça", completaram.


Polícia resgata reféns feitos escravos por 10 anos no Rio - MSN - Estadão

A Polícia Civil do Rio informou neste domingo, 27, que capturou três homens acusados de manter quatro pessoas reféns, sendo forçados a trabalhar, por mais de dez anos. Paulo César Azevedo Girão, Marcelo Conceição Azevedo Girão e Roberto Melo de Araújo foram presos em flagrante pelo crime de redução à condição análoga à escravidão.
A operação foi realizada por policiais da 134ª Delegacia de Polícia (Campos dos Goytacazes) e da 141ª Delegacia de Polícia (São Fidélis). Uma das vítimas teria fugido do local onde era mantida, uma fazenda em Angelim, São Fidélis (norte do Estado do Rio), e procurou a 141ª DP, segundo informações da polícia.
A vítima afirmou em depoimento que os reféns eram levados a um local às 4 horas da manhã, onde trabalhavam até as 17 horas. Após o expediente, retornavam à fazenda, onde eram trancados no quarto. Nenhum deles possuía carteira assinada, assim como não recebia remuneração. Eles viviam num situação sub-humana, com uma ou duas refeições por dia, informou a Polícia Civil. Foi realizada uma perícia no local e as vítimas encaminhadas para exame de corpo de delito.

“Este bar não é pra mana” - Revista Forum


Insatisfeita com o serviço do bar Phoenix American Mex, de Curitiba, Juliana Cavalcante utilizou a página do Facebook do estabelecimento para publicar suas reclamações. A cliente contou que a hostess da casa a direcionou para uma área isolada, que a qualidade da bebida e a quantidade da comida eram insatisfatórias e que os banheiros estavam interditados. Mesmo assim, Juliana pagou um preço alto pelo serviço. Como resposta, ela ouviu do perfil do proprietário que “este bar não é pra mana”.
Juliana indignou-se com o comentário. “Será que se eu fosse loirinha de olho azul e reclamasse do bar iam me chamar de mana?”, publicou. Em seguida, o perfil de Marcus Vinicius Conte disse: “Uma pessoa como você deve pertencer à classe dos que começaram a vida agora, para não dizer mana”. A falta de respeito pública viralizou na rede social, fazendo com que o restaurante tivesse que se posicionar.
A justificativa para o acontecido é de que “um funcionário acessou indevidamente a conta pessoal do proprietário para responder comentários de clientes”. No entanto, um dos internautas que acompanhava o caso reparou que as respostas do perfil de Marcus foram publicadas em um intervalo de 24 horas. O proprietário alegou à Fórum que não percebeu as publicações porque estava fora de Curitiba, mas não quis revelar a identidade do funcionário. “Estamos ainda preservando a identidade do culpado uma vez que tinha uma excelente ligação comigo”.
Sobre as providências tomadas, Marcus Vinicius disse que já se desculpou com Juliana. “A pessoa responsável ligou para a cliente para se desculpar hoje pela manhã”. Quando questionado se considerava o caso como preconceituoso e racista, o proprietário foi enfático: “De maneira alguma”.
Curitibanos organizaram um rolezinho como protesto contra o bar. O encontro está marcado para o sábado (26), às 20h, em frente ao Phoenix American Mex.

Bispo Edir Macedo afirma que não é recomendado se casar com pessoas de “raças diferentes” ou mulheres mais velhas - Notícias Gospel Mais

Relacionamentos e as diferenças entre homem e mulher, idade, raça e a complexidade que os envolve foram tema de um artigo do bispo Edir Macedo para a sessão de comportamento do site da Igreja Universal do Reino de Deus.
O texto trata das diferenças de idade e “raça” entre homem e mulher, e dá recomendações explícitas sobre o que deve ou não ser feito quando o assunto é casamento. Macedo afirma que “o rapaz que deseja fazer a obra de Deus não deve se casar com uma moça que tenha idade superior à dele [...]para não se deixar influenciar por ela”. O líder da Universal abre exceções para homens “suficientemente” maduros, mas ressalta que essa “diferença não deve ultrapassar dois anos”.
“Muitas pessoas não gostam quando fazemos estas colocações”, afirma Macedo. Entre os argumentos usados pelo bispo para justificar sua postura, estão a possibilidade de traição quando a esposa envelhecer ou a probabilidade de ela tornar-se “mandona” com o passar do tempo: “Para evitar este ou outros transtornos, oriundos da diferença de idade (a do marido inferior à da esposa), é preferível que não haja qualquer compromisso de casamento”.
Sobre a diferença étnica, Macedo é enfático ao afirmar que “não haveria nenhum problema para o homem de Deus se casar com uma mulher de raça diferente da dele, não fossem os problemas da discriminação que seus filhos poderão enfrentar nas sociedades racistas deste mundo louco”, e justifica sob o argumento de missões: “os pais não terão como evitar que aconteçam rejeições ou críticas por parte dos coleguinhas nas escolas nos países onde eles poderão estar pregando o Evangelho”.
O bispo Edir Macedo afirma que não tem opinião pessoal contrária à miscigenação, mas que a orientação para que os fiéis procurem esposas de sua “raça” visa uma melhor aceitação por sociedades estrangeiras, que não estão acostumadas com a realidade brasileira.
A igreja, diz o bispo, busca “alertar sobre esta situação não porque tenha qualquer objeção quanto ao casamento envolvendo mistura de raça ou cor. Não, muito pelo contrário! Temos vários homens de Deus casados com mulheres de raças diferentes. Não teríamos absolutamente nada a comentar a este respeito, mas temos visto este tipo de problema acontecendo com as crianças dentro das nossas igrejas, em outros países”, justifica-se.
Confira abaixo a íntegra do artigo “Homem de Deus quanto à idade e à raça”, do bispo Edir Macedo, para o site da Igreja Universal:
O rapaz que deseja fazer a Obra de Deus não deve se casar com uma moça que tenha idade superior à dele, salvo algumas exceções, como por exemplo aquele que é suficientemente maduro e experiente na vida para não se deixar influenciar por ela. Mesmo assim, a diferença não deve ultrapassar dois anos.
Muitas pessoas não gostam quando fazemos estas colocações; entretanto, temos visto que quando a mulher tem idade superior à do seu marido, ela, que por natureza já tem o instinto de ser ‘mandona”, acaba por se colocar no lugar da mãe do marido.
E o pior não é isto. A mulher normalmente envelhece mais cedo que o homem, e quando ela chega à meia-idade, o marido, por sua vez, está maduro mas não tão envelhecido quanto ela. E a experiência tem mostrado que é muito mais difícil, mas não impossível, manter a fidelidade conjugal.
Para evitar este ou outros transtornos, oriundos da diferença de idade (a do marido inferior à da esposa), é preferível que não haja qualquer compromisso de casamento. Devemos crer que Deus tem reservado para cada servo uma serva, de acordo com as suas aspirações, que por sua vez vão ao encontro das aspirações dela.
Por esta razão, não é bom que o rapaz se afobe e se case com a primeira que aparecer, só porque quer fazer a Obra de Deus e precisa de uma esposa. Não! Se ele não confia que Deus irá lhe suprir com a sua outra metade, como vai confiar que Ele fará a Sua Obra por seu intermédio?
Quanto à raça
Não haveria nenhum problema para o homem de Deus se casar com uma mulher de raça diferente da dele, não fossem os problemas da discriminação que seus filhos poderão enfrentar nas sociedades racistas deste mundo louco.
É preciso que ambos estejam conscientes quanto aos riscos de traumas ou complexos que as crianças poderão absorver durante os períodos escolares, e, a partir daí, carregarem-nos por toda a vida.
Infelizmente, os pais não terão como evitar que aconteçam rejeições ou críticas por parte dos coleguinhas nas escolas nos países onde eles poderão estar pregando o Evangelho.
O homem de Deus precisa estar sempre preparado para servir a Deus onde quer que Ele assim determine, e, assim, nem sempre estará em um país onde não haja esse tipo de situação. Portanto, é necessário que o casal examine também esta questão, antes de qualquer compromisso mais sério.
O homem de Deus não pode simplesmente dizer: “Ela tem o Espírito de Deus e eu também. Nós nos amamos e vamos nos casar”. Não! Não deve ser apenas isto! Ele tem o futuro totalmente comprometido com uma missão de extrema importância, e não pode ser limitado. É preciso que haja uma avaliação esmerada quanto aos passos no presente.
Procuramos alertar sobre esta situação não porque a Igreja Universal do Reino de Deus tenha qualquer objeção quanto ao casamento envolvendo mistura de raça ou cor. Não, muito pelo contrário!
Temos vários homens de Deus casados com mulheres de raças diferentes. Não teríamos absolutamente nada a comentar a este respeito, mas temos visto este tipo de problema acontecendo com as crianças dentro das nossas igrejas, em outros países.

Beijinho no ombro para o racismo - Globo Esporte.com



Daniel Alves deu uma bela resposta para torcedores racistas neste domingo. Na vitória de virada do Barcelona por 3 a 2 sobre o Villarreal, uma banana foi arremessada no brasileiro no momento em que ele iria cobrar um escanteio. O lateral não se intimidou, descascou e comeu a fruta. Em seguida, cobrou o escanteio. O árbitro David Fernández relatou o caso na súmula da partida. Veja a atitude de Daniel Alves no vídeo acima.

Em entrevista ao jornal "Marca", o lateral desabafou:

- Tem que ser assim! Não vamos mudar. Há 11 anos convivo com a mesma coisa na Espanha. Temos que rir desses retardados.

O brasileiro utilizou as redes sociais para brincar com a situação:

- Meu pai sempre me falava: filho, coma banana para evitar câimbra, como adivinharam isso?

Neymar e filho com banana contra racismo


















Fora do jogo por conta de uma contusão, Neymar manifestou apoio ao amigo de clube e de seleção brasileira:
 

- Toma, bando de racistas. Somos todos macacos, e daí? É uma vergonha que em 2014 exista preconceito. Está na hora da gente dar um chega nisso! A forma de me expressar para ajudar que um dia isso acabe de uma vez por todas é fazer como o Daniel Alves fez. Se você pensa assim também, tire uma foto comendo uma banana e vamos usar o que eles têm contra a gente a nosso favor - publicou o camisa 11 nas redes sociais.
 

Daniel também foi bem na partida. Ele participou de dois dos três gols do Barcelona no jogo deste domingo no El Madrigal.

Algumas celebridades brasileiras também mostraram apoio ao jogador através das redes sociais. O casal de apresentadores Angélica e Luciano Huck publicou uma imagem nas redes sociais com bananas.

- Tamo junto, Daniel Alves - escreveu Huck.

Luciano Huck e Angelica apoiam Daniel Alves, banana, racismo



















A atriz Thaíssa Carvalho, namorada do jogador, também se manifestou.

Admirável como sempre. Orgulho. Porém, é muito triste ver que nos dias de hoje isso ainda acontece.

Thaíssa Carvalho, namorada de Daniel Alves, e família, apoiam o jogador, banana, racismo


















Amigos e familiares de Daniel Alves e Neymar criaram uma campanha nas redes sociais contra o racismo pedindo para que os fãs do lateral publiquem fotos com bananas.
Campanha Somos Todos Macacos, Daniel Alves, Racismo

quarta-feira, 23 de abril de 2014

Poderosa! Lupita Nyong’o é eleita a mulher mais bonita do mundo - Yahoo Celebridades


Lupita Nyong'o, 31, vencedora do Oscar demelhor atriz coadjuvante por sua atuação no filme "12 Anos de Escravidão", foi eleita como a mulher mais bonita do mundopela revista "People".
Em entrevista concedida à publicação, a artista se mostrou toda empolgada em receber o título."Foi animador e um enorme elogio. Eu fiquei feliz por todas as meninas que me verão na capa e se sentirão um pouco mais vistas", declarou.
Mexicana criada no Quênia, a famosa confessou que nem sempre se sentiu feliz com sua aparência, pois associava a beleza com "pele clara e cabelos longos, esvoaçantes e lisos". "Subconscientemente, você começa a gostar mais dessas coisas do que daquilo que você é".
Hoje, Lupita se sente satisfeita com os elogios que ouve. "Gosto quando sou chamada de linda sem estar usando uma gota de maquiagem. E também antes de pentear meu cabelo e colocar um vestido bonito". Sobre o segredo da beleza, ela comentou: "A felicidade é a coisa mais importante".
diretor editorial da revista americana, Jess Cagle, explicou a escolha de Lupita no programa de televisão "Today": "Ela é fantástica. Ela é a última moda. Não houve competição possível. Geralmente, há muito debate, mas desta vez estávamos todos de acordo. Ela é obviamente talentosa, obviamente bonita, incrivelmente estilosa, mas o jeito com que ela se porta, com tanta graça e humildade, foi o que a colocou no topo".

Cinema de cabelo duro - Geledés - Por José Geraldo Couto,

Pelo Malo

"Pelo Malo" traça vasto panorama da sociedade venezuelana atual, sem perder olhar delicado sobre relação familiar que é seu tema

Não é todo dia que chega ao Brasil um filme da Venezuela. Menos ainda, um filme extraordinário como Pelo malo, premiado numa porção de festivais mundo afora, muito bem recebido na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo do ano passado, e que entra em cartaz nos próximos dias.
Tudo gira em torno de um impasse aparentemente banal: contra a vontade da mãe, um menino de 9 anos, mulato, quer alisar o cabelo para parecer um cantor popular. A faísca produzida por esse atrito doméstico basta para a diretora e roteirista Mariana Rondón iluminar toda uma sociedade, uma época, um país.
Além de querer alisar seu "cabelo ruim", o pequeno Junior (Samuel Lange Zambrano) gosta de cantar e dançar. Sua mãe (Samantha Castillo), jovem viúva que tenta recuperar o emprego de vigilante particular, vê em tudo indícios de que o filho é – ou está prestes a virar – um maricón. Entre as atitudes que ela toma na esperança de "torná-lo um macho" está a de fazer sexo com o amante diante dos olhos do menino.
O prodígio mais notável do filme é manter em seu centro a tensão da troca de olhares – perplexos, hostis – entre mãe e filho, ao mesmo tempo em que expõe um amplo e vívido painel histórico, social e cultural. Fundo e figura recebem a mesma atenção da câmera, sem que um desfoque ou obscureça o outro.
Caracas é aqui
A Caracas que pulsa na tela, com seu trânsito caótico, seus ônibus lotados, seus ambulantes, suas paredes descascadas e pichadas, seu lixo nas ruas, assemelha-se a qualquer metrópole brasileira. Aqui e ali, entretanto, sobretudo nas breves inserções de programas de TV e rádio, aparecem sinais inequívocos de tempo e lugar: o messianismo popular em torno de Hugo Chávez (então agonizante), a obsessão venezuelana com os concursos de miss.
Parece que Pelo malo foi acusado em seu país de ser "antichavista", o que mostra que a estupidez não tem fronteiras. O alcance de sua crítica vai muito além de um governo e um regime específicos, atingindo uma configuração histórico-cultural comum a todo o continente, com seus preconceitos, estereótipos e hierarquias de gênero, etnia e classe social.
Miss ou soldado
Uma das passagens mais eloquentes, nesse sentido, é aquela em que Junior vai com uma amiguinha (Maria Emilia Sulbarán) ao fotógrafo para fazerem a 3×4 da carteirinha de escola. O fotógrafo diz que, por uns bolívares a mais, ela pode ser fotografada com uma coroa de miss e ele com uma boina do exército. Não há outras opções.
Assim como equilibra sutileza e contundência na exposição de seus temas, a diretora consegue a proeza de não deixar que a gravidade do drama sufoque a leveza e o humor com que a narrativa é conduzida. A imaginação confusa e o espírito lúdico de Junior – em especial, suas tentativas desastradas de alisar o indomável pelo malo – produzem momentos cômicos memoráveis, assim como suas conversas disparatadas com a amiguinha.
Numa cena marcante, as duas crianças estão no corredor externo de seu prédio e se divertem observando os moradores do edifício em frente, um daqueles monstruosos pardieiros com centenas de pequenos apartamentos. Ali eles veem, e vemos junto com eles, que entre as misses e os soldados, há uma gama vertiginosamente variada de existências humanas. O clima ao mesmo tempo triste e divertido dessa cena, espécie de versão terceiro-mundista de Janela Indiscreta, impregna todo o belo filme de Mariana Rondón.


Diretor do MEC afirma que decisão da UnB é exemplo a ser seguido - Afropress

A decisão da Universidade de Brasília (UnB) que, por por intermédio do Conselho de Extensão e Pesquisa (CEPE)– órgão superior da Universidade –, ampliou em 5% o Programa de cotas para negros e indígenas usando a Lei federal como piso e não teto, “é um ótimo exemplo a ser seguido pelas demais instituições de ensino superior do país”. A opinião é de Thiago Thobias, diretor de Políticas de Educação do Campo, Indígena e das Relações Étnicorraciais do Ministério da Educação (MEC). 
Em entrevista ao editor de Afropress, jornalista Dojival Vieira, Thobias, que é oriundo do movimento social com militância de muitos anos na Rede Educafro, disse ser preciso ampliar o debate e esclarecer que a decisão do CEPE da UnB “é uma grande vitória, que a inclusão está aumentando e que esta decisão deve ser trabalhada pelos que defendem as ações afirmativas de uma forma multiplicadora”.
Na entrevista, Thobias, que pertence à nova geração do movimento negro que chegou ao Governo, disse estar atento às demandas do movimento social. Ele falou do Feriado de 20 de Novembro (reivindicação que, na sua opinião, não foi abandonada), e garantiu que sonha com o dia em que o Brasil crie a “Comissão da Verdade sobre a Escravidão do Negro”, para que se identifique "quem são os descendentes de escravocratas que fizeram fortunas com a escravidão, quais foram os principais algozes dos negros antes e depois da Abolição e o que devemos mudar nos livros escolares".
Nunca é demais lembrar que crimes contra a humanidade são imprescritíveis. Precisamos cada vez mais resignificar nacionalmente o dia 13 de maio, para acabarmos de uma vez por todas com a visão crônica da Abolição da escravidão no Brasil ocorrida graças à Princesa”, acrescentou.
Confira, na íntegra, a entrevista.
 Afropress - Como quadro oriundo do movimento social agora no Governo, como acha que deve ser tratada a agenda do movimento social e do Governo, de modo a preservar a autonomia do movimento?
 TT - Estar no Governo é algo muito honroso, com vantagens e desvantagens, alegrias e tristezas, como em qualquer outro lugar. Mas o exercício do cargo deve ser encarado como uma missão, um dever não só cívico e moral, mas também eficaz, eficiente, honesto, ético e decente em defesa do País. Para isso, não tenho dúvida que manter um canal de comunicação e de diálogo permanente com os movimentos sociais e  com a sociedade,  ouvir suas críticas, sugestões e preocupações são essenciais para formular e aperfeiçoar as políticas públicas em um estado democrático de direito. A agenda do movimento é autônoma, afinal, governo é governo e movimento é movimento; a interação deve ser permanente, mas sem intervencionismo do Estado nos movimentos sociais.
Afropress - Como a sua Diretoria do Ministério da Educação acompanhou e está encarando a decisão do CEPE da UnB que ampliou as cotas em 5% a mais do que o previsto na Lei 12.711/2012?
 Thiago Thobias - A Universidade de Brasília possui um histórico pioneiro, tanto no campo acadêmico quanto em seus posicionamentos políticos e sociais. Foi a primeira universidade federal do Brasil a adotar a política  de 20% de cotas para negros, em 2004.  A universidade foi também uma das primeiras a adotar o vestibular diferenciado para estudantes indígenas. Recentemente, o Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade de Brasília  adotou 20% de cotas para negros. Por isso, a decisão do CEPE de seguir ampliando o processo não surpreende, já que as ações afirmativas na UnB seguem a lógica que a Lei 12.711/2012 estabelece, ou seja, um piso de 50% de reserva de vagas e, não, um teto.
Afinal, quando a Lei foi aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada pela presidenta Dilma já existiam dezenas de experiências de ações afirmativas para acesso ao ensino superior.
A legitimidade da decisão do CEPE da UnB  está expressa na regulamentação da Lei de Cotas, no  Decreto nº 7.824, de 11 de outubro de 2012,  parágrafo 3º do artigo 5º, que estabelece de forma expressa: “§ 3º  Sem prejuízo do disposto neste Decreto, as instituições federais de educação poderão, por meio de políticas específicas de ações afirmativas, instituir reservas de vagas suplementares ou de outra modalidade”, bem como no artigo 12 da Portaria Normativa nº 18, de 11 de outubro de 2012, que diz: “As instituições federais de ensino poderão, por meio de políticas específicas de ações afirmativas, instituir reservas de vagas: I - suplementares, mediante o acréscimo de vagas reservadas aos números mínimos referidos no art. 10; e II - de outra modalidade, mediante a estipulação de vagas específicas para atender a outras ações afirmativas”. 
O que posso afirmar é que a iniciativa é criar modalidades específicas de reserva de vagas que ultrapassem o que está estabelecido na Lei federal e que já estão ocorrendo em todo o País. Hoje, 6% das 171.401 vagas do Sistema Unificado de Seleção são destinadas a processos diferenciados de ações afirmativas.
Um exemplo que merece ser estudado é a Universidade Federal da Fronteira Sul que possui campi em três estados sendo,  as vagas reservadas para dos alunos da rede pública de: 86% em  Santa Catarina,  89% no  Rio Grande do Sul e 87% no do Paraná, em relação a reserva de vagas para os autodeclarados pretos, pardos ou indígenas  o percentual destas vagas são de:  16%Santa Catarina, 17% no Rio Grande do Sul e 29% no  Paraná.
Afropress - O professor José Jorge considera a Lei como está um retrocesso, se não houver ampliação como ocorreu na UnB. Como vê isso?
TT - A Lei Federal nº 12.711/2012 é  um avanço!  É o reconhecimento do Estado brasileiro de que as ações afirmativas para acesso ao ensino Superior são uma medida justa e necessária, com a garantia de que todas as universidades tenham cotas para negros, fato que não vinha ocorrendo em todas as universidades que já adotavam ações afirmativas.
Mais uma vez reforço que a Lei é piso e, não, teto. Podemos continuar avançando. Para um melhor entendimento, em relação ao que ocorreu na UnB, antes da Lei Federal,  em um curso com 100 vagas, 20 vagas eram destinadas a estudantes negros; com a Lei, o número passa para 30 vagas. Um aumento de 50%.
Agora, com a decisão do CEPE da UnB  de garantir mais 5%, dando sequência ao exemplo, teremos mais cinco vagas, totalizando 35. Um aumento de 75% do percentual anterior.  Eu compreendo o posicionamento do Professor José Jorge que defende a política de cotas para negros como um processo exclusivamente de reparação, independente de o aluno ser de escola particular ou da sua condição socioeconômica.
A legislação aprovada no Congresso Nacional tramitou por 13 anos até ser aprovada, ocorreram inúmeras audiências públicas, manifestações e debates por todo o País  para construir um entendimento possível. O primeiro princípio foi estabelecer a cota para a Rede pública de ensino, na qual está a maioria dos jovens negros. Posteriormente, o critério de renda per capita inferior a 1,5 salários mínimos - o que, infelizmente, nós negros também somos a ampla maioria – e, em seguida, a cota racial para negros e indígenas. 
O critério de reparação está presente na Lei, mas agregado à condição de ser estudante da escola pública. É nossa obrigação  valorizarmos a escola pública. A decisão do Congresso Nacional está amparada na ampla aprovação dos brasileiros que, segundo um levantamento nacional do Ibope, feito a pedido do jornal O Estado de São Paulo, apontou que quase dois em cada três brasileiros, ou seja, 62% são a favor das cotas. A pesquisa levou em consideração as reservas em universidades públicas para negros, pobres e alunos da escola pública.
Afropress - Como a decisão da UnB pode repercutir nas demais instituições federais de ensino no Brasil?
TT - A decisão da UnB é um ótimo exemplo, a ser seguido pelas demais instituições de ensino superior do País. É preciso ampliar o debate e esclarecer que a decisão do CEPE da UnB é uma grande vitória, que a inclusão está aumentando e que esta decisão deve ser trabalhada pelos que defendem as ações afirmativas de forma multiplicadora.
A Lei ainda permite que a universidade selecione inicialmente os alunos que vão entrar pelo sistema universal e, posteriormente, os que podem entrar pelo sistema de cotas. No Sisu, das 171.401 vagas, cerca de 11% dos que entram pelo sistema de cotas teriam condições de entrar pelo sistema universal.
A portaria normativa nº 18, de 11 de outubro de 2012, em seu artigo 17 dá respaldo legal a este posicionamento, desde que a universidade já tenha cumprido o percentual de 50% das vagas, conforme estabelece a lei. A seleção pelo sistema universal e posteriormente pela reserva de vagas não é novidade, afinal,  os concursos públicos para pessoas com deficiência já aplicam esta medida.
Afropress - Quantas e quais são as instituições que estão cumprindo a Lei nº 12.711/2012?
TT - Todas as instituições federais estão cumprindo a Lei de Cotas desde 2012. Neste ano de 2014, nas universidades federais no Sistema de Seleção Unificado – Sisu  37% das vagas, ou seja, 63.419 vagas foram destinadas para as cotas e 6% (10.285 vagas) para outras modalidades de ações afirmativas, assim como o estabelecido pela UnB, totalizando 43% das vagas do Sisu/2014, que representam 73.704 vagas.
Ainda não foi apresentado o balanço do segundo ano da política, no entanto, levando-se em consideração os resultados do primeiro ano, apresentados em 28 de agosto de 2013, no MEC, podemos concluir que 34% das Universidades Federais e 83% dos Institutos Federais já atendem  à meta de reserva de vagas mínima de 50%, prevista para 2016. Lembrando que a lei estabelece que “As instituições federais de ensino que ofertam vagas de educação superior implementarão, no mínimo, 25% (vinte e cinco por cento) da reserva de vagas a cada ano, e terão até 30 de agosto de 2016”.
Afropress - Quais as consequências que haverá com a adoção pelas demais instituições da decisão da UnB para as políticas de ação afirmativa no Brasil?
TT - Básicamente, serão três: o primeiro será o aumento do processo de inclusão,  o segundo a reedição do debate sobre a  importância de  ampliar a política de cotas e por fim a reedição dos argumentos contrários. Nós que defendemos a inclusão devemos estar preparados para os novos e desafiadores debates que vão surgir, o que é muito saudável.
A luta pela democratização do acesso ao ensino Superior não está ganha, devemos estar atentos para aperfeiçoar o monitoramento, os mecanismos e corrigir eventuais falhas no percurso. Para isso, existe um Comitê de Acompanhamento da reserva de Vagas e uma Comissão da Sociedade Civil de Acompanhamento da reserva de Vagas.
Afropress - Como a sua diretoria está trabalhando no sentido do cumprimento da LDB, que obriga por meio da emenda à Lei (Lei nº 10.639/2003), a inclusão do ensino da história da África e cultura afro-brasileira nos currículos das escolas de ensino fundamental e médio?
TT - Nós estamos trabalhando com uma visão sistêmica da educação para as relações étnicorraciais. O Ministério da Educação é um indutor das políticas educacionais. Sou um herdeiro de importantes iniciativas que surgiram para a promoção da igualdade racial no âmbito no MEC, sendo cada qual feita ao seu tempo.
Por isso, antes de demonstrar as nossas ações, faço questão de render homenagens a todos e todas trabalharam a temática da população negra no MEC e  no Conselho Nacional de Educação-CNE. A vida é dura! Mas recebi o “bastão” com boas propostas, por isso, a importância de uma estrutura permanente como a Coordenação-Geral de Educação para as Relações Étnicorraciais, hoje coordenada pela professora Ilma Fátima de Jesus. Dentre as principais ações para a implementação da Lei, desde 2012, destacamos: 
“Síntese da coleção História Geral da África” - A distribuição do livro de “síntese da coleção História Geral da África” é composta por dois volumes. Serão produzidos 80 mil volumes de cada exemplar, totalizando 160 mil livros. A distribuição ocorrerá a partir de junho de 2014  para  32.756 escolas públicas. O investimento previsto é de R$ 1.460.000,00. Material disponível para download em  www.unesco.org.br/;
* “História e Cultura Afro-Brasileira e Africana na Educação Infantil” - A distribuição do livro de “História e Cultura Afro-Brasileira e Africana na Educação Infantil” ocorrerá no segundo semestre. Serão distribuídas 282.000 obras para 86.571 escolas públicas. O investimento previsto é de R$ 781.000,00 Material disponível para download http://www.unesco.orb.br/‎;
  * Criação de novas subações de assistência técnica em 2013, tais como : a) Qualificar gestores escolares, professores/as, demais profissionais da educação e lideranças sociais para a implementação das DCNs para a Educação Escolar Quilombola;Foram 165 municípios que solicitaram, sendo 155 projetos foram aprovados. Previsão de investimento R$ 5.418.499,00 b) Qualificar os gestores das Secretarias de Educação, gestores escolares, profissionais da educação, membros dos fóruns de educação e diversidade étnico-racial e as lideranças indígenas para a implementação das referidas diretrizes; Ação criada em 2013. Foram 1177 que solicitaram, sendo aprovado recurso para 755 municípios. Previsão de investimento de R$ 17.848.235,72;
* Distribuição de 200 mil exemplares do Plano Nacional de Implementação das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana, no primeiro semestre de 2014; Previsão de investimento R$ 555.000,00;
* Distribuição dos Indicadores de Qualidade da Educação – Relações Raciais na Escola.  O material trabalha sete dimensões: 1) atitudes e relacionamentos; 2) Currículo e proposta político pedagógica; 3) Recurso didático-pedagógicoss;4) Acesso, permanência e sucesso na escola; 4) A atuação das/dos profissionais de educaçãoé uma parceria da Ação Educativa, Seppir, Unicef e Ministério da Educação; 6) Gestão democrática; 7) Para além da escola. O trabalho é uma parceria da Ação Educativa, Unicef, Seppir e MEC e  já está  disponível para download no site http://www.indicadoreseducacao.org.br/;
* Distribuição do KIT A Cor da Cultura II. Serão distribuídos 20 mil exemplares, para escolas que participaram da formação do Projeto A Cor da Cultura, no primeiro semestre de 2014;
* Distribuição de 50 mil exemplares do aluno e 5 mil exemplares do de professor para as escolas públicas da Bahia, do Almanaque Bahia de Todos os Santos e Quilombos;
          * Programa Nacional de Biblioteca da Escola Temático  – Pnbe para os anos finais do ensino fundamental e ensino médio com obras de referência com especificidades do campo e das comunidades quilombolas.  Os acervos serão formados por 45 títulos, englobando todos os temas (Indígena; Quilombola; Campo; Educação de Jovens e Adultos; Direitos Humanos;  Sustentabilidade Socioambiental; Educação Especial;  Relações Étnico-raciais; Juventude) para 60 mil escolas, correspondendo a aproximadamente 3,8 milhões de estudantes. Previsão de entrega , segundo semestre 2014.
* Diálogo permanente mantido com ABPN, ANPED, NEABs e Fóruns de Educação e Diversidade Étnico-Racial, com representação de organizações do movimento negro, para implementação da Lei nº 10.639/2003;
* Participação em diálogos regionais e estaduais para debater a implementação da Lei 10.639/2013;
* Parceria com o IPEA para o monitoramento da Lei nº 10.639/2003;
* Reuniões periódicas com a CADARA -  Comissão Técnica Nacional de Diversidade para Assuntos Relacionados à Educação dos Afro-Brasileiros;
* Definição de critério para autorização, reconhecimento e renovação de cursos superiores, no cumprimento do disposto no Art. 1º, §1º da Resolução CNE/CP nº 01/2004, incluído pelo INEP no Instrumento para Avaliação Institucional Externa (presencial), que subsidia o ato de credenciamento e recredenciamento institucional e a transformação de organização acadêmica em 2013;
* Acompanhamento e participação no processo de elaboração das Diretrizes Operacionais da Lei nº 10.639/2003 pelo Conselho Nacional de Educação (CNE);
* Ampliação da rede de instituições de ensino superior para atender a demanda dos cursos de especialização e aperfeiçoamento  em Educação para as Relações Étnico-Raciais e Educação Escolar Quilombola. Saltamos de 6 instituições em 2011 para 45 em 2014;
* Criação do site (http://etnicoracial.mec.gov.br/) para divulgação da Educação para as Relações Étnico-Raciais nos 10 anos da Lei nº 10.639/2003;
* O Prêmio “Curta Histórias” (http://curtahistorias.mec.gov.br)  é um premiação festival voltado para alunos matriculados na educação básica da Rede pública de ensino de todo o País e visa incentivar novos talentos e estimular o desenvolvimento de atividades pedagógicas e audiovisuais de cunho cultural e educativo em escolas públicas brasileiras seguindo a perspectiva da Lei 10.639/03. O Tema deste ano é “personalidades negras”. A organização é do Ministério da Educação/ Secadi em parceria com a Fundação Vale, Fundação Telefônica, Fundação Palmares e UNESCO;
* Criação do Programa de Desenvolvimento Acadêmico Abdias Nascimento - Portaria MEC nº 1.129, de 17 de novembro de 2013. O Programa coordenado pela CAPES e MEC/SECADI sendo destinado para estudantes negros, indígenas e pessoas com deficiência. São três os eixos de atuação: 1) mobilidade acadêmica, 2) cooperação internacional e 3) promoção de programas de acesso ao mestrado e doutorado no Brasil. As ações possuem foco nas temáticas de promoção da igualdade racial, história e cultura afrobrasileira e combate ao racismo, acessibilidade e valorização das especificidades socioculturais e linguísticas dos povos indígenas, dentre outras. Os editais serão lançados no primeiro semestre de 2014, podendo os projetos de universidades brasileiras estabelecerem parcerias com universidades de todo o mundo;
* Instituição da Bolsa Permanência de R$ 900,00 para estudantes matriculados em instituições federais de ensino Superior e que estejam em situação de vulnerabilidade socioeconômica e para estudantes negros, indígenas e quilombolas oriundos das escolas públicas (alunos da Graduação);
* Educação como Ponte Estratégica Brasil África é uma  cooperação Brasil–África  por iniciativa do MEC em parceria com países africanos de língua portuguesa. O objetivo é elaborar uma forma inovadora de cooperar e alicerçar um Programa de Cooperação Educacional;
* Pronacampo – ao acesso e a permanência na escola, à aprendizagem e à valorização do universo cultural das populações do campo, sendo estruturado em quatro eixos: Gestão e Práticas Pedagógicas – Formação Inicial e Continuada de Professores - Educação de Jovens e Adultos e Educação Profissional - Infraestrutura Física e Tecnológica para comunidades do campo e quilombola;
* O apoio à realização da pesquisa Práticas Pedagógicas de Trabalho com as Relações Étnico-Raciais na Escola na Perspectiva da Lei 10.639/2003, coordenada pela Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG;
* O apoio técnico e financeiro à formação de gestores e educadores no âmbito do Plano de Ações Articuladas – PAR, contemplando a Educação para as Relações Étnico-Raciais como um dos eixos do Programa Educação Inclusiva: direito à diversidade, realizado com 166 municípios polos;
* Pesquisa nos currículos das instituições de ensino superior, com vista a garantir a implementação da Lei 10639/2003 nos cursos de licenciatura;
* Plano Juventude Viva contra a mortalidade da juventude negra – Projovem Urbano, Projovem Unidades Prisionais, Educação de Jovens e Adultos, Mais Educação, implementação da Lei 10639/2003 e o PRONATEC nos territórios prioritários do Juventude Viva
Enfim, são muitas as iniciativas e seguimos como norte o Plano de Implementação da Lei. Por isso, o Ministério da Educação instituiu a Portaria Normativa nº 21, de 28 de agosto de 2013, que dispõe sobre a inclusão da educação para as relações étnico-raciais, do ensino de história e cultura afro-brasileira e africana, promoção da igualdade racial e enfrentamento ao racismo nos programas e ações do Ministério da Educação e a coleta do quesito raça/cor nos instrumentos de avaliação, coleta de dados do censo, bem como em suas ações e programas quando couber. Outro fato importante é que precisamos debater a percepção da rede municipal e estadual de educação em relação à implementação da lei 10.639/2003.
Veja, por exemplo, no questionário socioeconômico da Prova Brasil de 2011, que o INEP aplica para alunos da quarta e oitava séries (quinto e nono anos) do ensino fundamental. A resposta basicamente censitária constatou que: 92.86% dos diretores responderam que conhecem a lei, contra 64.05% dos professores, quando perguntado se foram desenvolvidas atividades para atender o determinado pela lei, 86,59% dos diretores, contra 58,06% dos professores responderam que desenvolveram de maneira abrangente ou isolada o que determina a lei 10.639/2003.
Precisamos refletir em relação às estas respostas. Será que está é a percepção dos alunos, da sociedade e de especialistas? Enfim, estamos sistematizando as respostas de 2013 e vamos promover um amplo debate com gestores, sociedade e especialistas. Os indicadores de Qualidade da Educação – Relações Raciais na Escola será o nosso principal instrumento.
Afropress - O movimento social negro parece ter abandonado a luta pelo feriado de Zumbi (20 de novembro), por que acredita que isso aconteceu?
TT - O feriado nacional da consciência negra, no dia 20 de novembro jamais deve sair do nosso horizonte. O movimento social negro não abandonou está pauta. Existe feriado ou dia da consciência negra em mais de 800 municípios do país.  A Lei 12.519 de 10 de novembro de 2011 cria o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, a ser comemorado, anualmente, no dia 20 de novembro, data do falecimento do líder negro Zumbi dos Palmares, no entanto, não considera a data feriado nacional.
Afropress - Como considera que devamos tratar o tema da Abolição da escravidão no Brasil, abandonado na agenda do movimento social negro?
TT - O Brasil foi o último País do ocidente a abolir formalmente a escravatura. A lei Áurea, sem dúvida, representa um marco jurídico importante na história do Brasil. Creio que o movimento negro deva manter viva a luta e o reconhecimento pelo dia 20 de novembro como nosso maior símbolo de resistência, mas não podemos perder de vista o dia 13 de maio que, queiram ou não, é uma data oficial da nossa história. Tenho apreendido muito estudando a Comissão da Verdade, chego a me emocionar com os depoimentos das vítimas e das famílias.
O nosso país está  tendo a coragem de reescrever a história e dando um grande exemplo para os mais jovens que assim como eu nasceram em uma democracia, por isso, sonho com a criação da “Comissão da Verdade sobre a Escravidão do Negro no Brasil”, afinal, quem são os descendentes de escravocratas que fizeram fortunas com a escravidão no Brasil, quais foram os principais algozes dos negros antes e depois da abolição, o que devemos mudar nos livros escolares, quais são os chamados heróis que merecem ter seus títulos destituídos por terem massacrado os negros, como  e quem foram os traidores do  massacre de porongos? O Bandeirante Borba Gato, que possui uma gigantesca estátua na avenida Santo Amaro, em São Paulo, merece está estatua? Nunca é demais lembrar que crimes contra a humanidade são imprescritíveis. Precisamos cada vez mais  resignificar nacionalmente o dia 13 de maio, para acabarmo de uma vez por todas s com a visão  crônica da abolição da escravidão no Brasil ocorrida graças à princesa.
Afropress - Como quadro oriundo do movimento social agora no Governo, como acha que deve ser tratada a agenda do movimento social e do Governo, de modo a preservar a autonomia do movimento social negro?
TT - Estar no Governo é algo muito honroso, com vantagens e desvantagens, alegrias e tristezas, como em qualquer outro lugar. Mas o exercício do cargo deve ser encarado como uma missão, um dever não só cívico e moral, mas também eficaz, eficiente, honesto, ético e decente em defesa do País. Para isso, não tenho dúvida que manter um canal de comunicação e de diálogo permanente com os movimentos sociais e  com a sociedade,  ouvir suas críticas, sugestões e preocupações são essenciais para formular e aperfeiçoar as políticas públicas em um estado democrático de direito. A agenda do movimento é autônoma, afinal, governo é governo e movimento é movimento; a interação deve ser permanente, mas sem intervencionismo do Estado nos movimentos sociais.
Afropress - Faça as considerações que julgar pertinentes.
TT - Quero registrar a parceria e a liderança da Secretária de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão, Macaé Maria Evaristo, a primeira mulher negra a ocupar o cargo de Secretária no Ministério da Educação. A sua experiência  e apoio político tem nos ajudado neste difícil processo, bem como o trabalho da Coordenadora-Geral de Educação para as Relações Étnico-Raciais, Ilma Fátima de Jesus.
Não estamos encontrando dificuldades em lidar com a temática no MEC,  o  Ministro Aloizio Mercadante e do Ministro José Henrique Paim ambos possuem compreensão da importância da educação das relações étnico raciais. A grande prova disso foi a rápida implementação da política de cotas no ensino superior. O Ministro Henrique Paim é o primeiro Ministro negro da história do MEC. Este é um fato importante e tem um simbolismo para a nossa geração de cotistas que estão vindo por ai.
Os desafios são gigantescos, digo isso porque foram 350 anos de escravidão e 126 anos de ausência de politicas de promoção da igualdade racial e de combate ao racismo. O movimento negro jamais se dobrou a opressão, a resistência tem sido a marca da população negra no país. A luta não começou hoje, mas desde a constituinte de 1988 e mais especificamente nós últimos 10 anos os avanços são observados em programas que vão do: “bolsa família, passando pelo salário mínimo até chegar nas cotas”. A educação é o nosso horizonte, por isso estamos trabalhando para lançar uma ação chamada “A Educação na Década Internacional dos Afrodescendentes - 2015-2024”  tendo como base o PNE, a política de cotas e o Plano Nacional de Implementação da Lei nº 10.639.