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domingo, 6 de abril de 2014

FEMICÍDIO TEM COR, A CARNE DA MULHER NEGRA.



Acordo, mais um domingo de folga, vejo as crianças, levanto, 
sigo aquele ritual, banheiro, higiene e saio para comprar pão, 
ao virar a viela de casa, os vejo, não dá tempo de fazer nada, 
só sinto dois ataques em meu corpo, GRITO DE DOR, E CAIO 
NO CHÃO! 
Assim se vai, mais uma mulher negra pobre, o nome dela 
Cláudia Silva Ferreira, era casada, mãe de quatro filhos e 
trabalhadora, porém é negra e pobre. Motivo, qual o motivo 
de uma barbárie dessas? A justificativa que era negra e 
moradora da periferia, isso já é mais do que justificativa para 
a polícia militar brasileira, que mata mais do que os países 
que tem a pena de morte instituída, o chamado RACISMO 
INSTITUCIONAL impera na Segurança Pública. 
A recém-pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa 
Econômica Aplicada - IPEA “Violência contra Mulher”, revela 
que o femicídio (mortes intencionais e violentas de mulheres 
em decorrência de seu sexo) tem cor e endereço as 
mulheres negras e pobres são as principais vítimas da 
violência. No Brasil, 61% dos óbitos foram de mulheres 
negras, que foram as principais vítimas em todas as regiões, 
à exceção da Sul. Merece destaque a elevada proporção de 
óbitos de mulheres negras nas regiões Nordeste (87%), Norte 
(83%) e Centro-Oeste (68%). A maior parte das vítimas tinha 
baixa escolaridade, 48% daquelas com 15 ou mais anos de 
idade tinham até 8 anos de estudo. 
A mulher negra e pobre sofre tripla discriminação, ele é 
vítima do sistema que se estabelece em nosso País, onde 
ocupa o último lugar da pirâmide social, mesmo possuindo 
mais anos de estudo e maior qualificação, com a busca 
através da educação, ser o caminho/solução para o 
crescimento e a emancipação das pessoas. 
Sofrem na saúde, onde os dados revelam, exemplificando, 
que as mulheres negras, realizam menor número de exames 
pré-natais, muitas se quer são tocadas/examinadas pelos 
médicos, acarretando um número maior de obtidos na 
maternidade. 
Sofrem na relação com parceiros e familiares, vivemos uma 
sociedade essencialmente patriarcal, onde o masculino é 
poder disciplinador, que também tem cor, a cor branca, essas 
mulheres são vistas com um estereótipo de sexualidade sem 
virtude. 
Sofrem, por não serem consideradas as “mulheres ideais”, 
mulher ideal é a mulher branca, virtuosa. 
Desta forma, remetemos a necessidade de uma atenção para 
essa problemática, em caráter emergencial, as “Claudias” de 
todos os dias são a ponto de um Iceberg, de uma sociedade 
que a carne da mulher negra, necessita de seu respeito e 
garantia de direitos de fato. 

Por Alessandra Franco Advogada, Coordenadora de Políticas 
de Promoção da Igualdade Racial de São Vicente, 
Comunicadora do Programa Igualdade Racial na Rádio 
Cacique AM

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